Recuperação de pastagens e sistemas de integração já têm liberados R$ 1 bilhão pelo Plano ABC

Ainda há crédito para os interessados: produtores somente 40% do crédito destinado a projetos que ajudem o meio ambiente no sequestro de gás carbônico

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Dos R$ 2,5 bilhões destinados ao Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), os produtores rurais do País já conseguiram acessar R$ 1 bilhão para desenvolver projetos de reforma de pastagem e de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF). O valor corresponde a 40% do total de crédito destinado a projetos agropecuários sustentáveis e que ajudem o meio ambiente no processo de sequestro de gás carbônico (CO2).

Os dados são referentes ao desempenho do Plano Safra 2020/2021, de julho a dezembro de 2020, divulgado recentemente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimetno. Em comparação com esse mesmo período de 2019, o crescimento foi de 19%. No total, já foram liberados  R$ 125,3 bilhões pelo Plano Safra, neste período de julho a dezembro. O valor total é de R$ 236,3 bilhões para esta safra que termina no próximo mês de junho.


A expectativa é grande para projetos agropecuários sustentáveis. Sequestrar gás carbônico, de forma natural, através de plantações e manejos pecuários mais eficientes é o que fará o mercado de financiamentos se voltar, com muito bons olhos, à pecuária brasileira.

Gado em pastagem com integração-Lavoura-Pecuária-Floresta. Fazenda Santa Brígida, em Ipameri-GO. Foto: Embrapa

Só para recuperação de pastagens, em todo o País, o potencial de financiamentos é avaliado em R$ 291 bilhões através de títulos verdes, segundo um estudo da Climate Bonds Iniciative (CBI), entidade britânica sem fins lucrativos e a única no mundo a certificar esse tipo de ferramenta. Os títulos verdes são a forma que as empresas têm para captar dinheiro para investimento no ambiente de bolsas de valores, como o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

Onde está o potencial da pecuária?

Dos cerca de 180 milhões de hectares de pastagens espalhados pelo País, pelo menos metade disso está degradada, com necessidade de reforma ou replantio, segundo a Embrapa. A melhoria do status dessa área, além de representar um grande potencial de despoluição da atmosfera – ampliando a capacidade das forrageiras de sequestrar CO2 –, significará para as fazendas uma nova realidade sobre a produtividade. E isso tudo virá através de tecnologias de ILPF.

Estamos falando de cerca de 90 milhões de hectares que estão hoje abaixo da sua capacidade produtiva. O Brasil tem um grande passo de crescimento para as tecnologias de sistemas mais eficientes e mais sustentáveis”, afirma o biólogo Renato Rodrigues, pesquisador da Embrapa Solos, com sede no Rio de Janeiro (RJ) e presidente do Conselho Gestor da Associação Rede ILPF.

Rodrigues foi um dos convidados do programa DBO Entrevista e deu um extenso panorama sobre essa tecnologia, apoiada fortemente pelo Plano ABC, o qual desbanca qualquer outro programa de desenvolvimento sustentável na agropecuária, segundo ele.

Renato Rodrigues, biólogo, pesquisador da Embrapa Solos, no Rio de Janeiro (RJ) e presidente do Conselho Gestor da associação Rede ILPF. Foto: Divulgação/Embrapa

O Plano ABC, hoje, é disparado a política pública mais desenvolvida que a gente tem no mundo”, diz Rodrigues.

ILPF em números

  • 17,5 milhões de hectares com algum tipo de consórcio de atividades – Integração Lavoura-Pecuária (ILP); Integração Pecuária-Floresta (IPF); Integração Lavoura-Floresta (ILF); e a versão completa, ILPF.
  • 40 milhões de hectares é a estimativa de áreas agricultáveis no País integradas ao sistema até 2030.

Vantagens

Grande parte dessas áreas foram abertas especialmente por pecuaristas, segundo Rodrigues. Isso se explica pelo próprio potencial de áreas de pastagens degradadas.

Temos visto muitos pecuaristas buscando a Integração Lavoura-Pecuária, no primeiro momento, para aumentar o seu nível de produtividade e também para adaptar à propriedade as condições ambientais e às normas ambientais, além de a tecnologia servir como uma opção para recuperação de pastagens degradadas”, explica Rodrigues.

Custo-beneficío

Em média, mas dependendo da opção do produtor e do estado de suas pastagens, Rodrigues estima que os valores de investimentos podem sair de cerca de R$ 3 mil por hectare até R$ 9 mil por hectare.

Nesse último caso, está sendo considerado a adoção de sistemas consorciados por árvores. No entanto, o pesquisador frisa que o melhor do que pensar no custo em si, é verificar o índice do retorno do valor investido.

Atualmente no Brasil há cerca de 17,5 milhões de hectares com algum tipo de integração de atividades

Na média, calculamos o retorno desse investimento em torno de três a quatro anos para um sistema ILP e de 6 a 7 anos para ILPF”, diz Rodrigues.

Primeiros passos

A adesão do produtor deve ser gradual. Isso significa que ele vá, safra após safra, crescendo a área de integração na propriedade. A recomendação da Rede ILPF é que o porcentual comece com 5% da área e vá crescendo conforme o produtor se acostume com o novo estilo de produção desejado.

A dica do pesquisador da Embrapa Solos é que o produtor também estude previamente muito bem como é o sistema, ouça relatos de quem já tem algum tipo de consórcio em sua propriedade e até faça uma pesquisa prévia de possíveis mercados, para alguns produtos. Esse dado é de grande valia, por exemplo, quando se quer adotar a produção de madeira. Como a atividade requer tempo, é importante acertar qual o tipo de madeira chama mais a atenção no mercado local.

Confira a Entrevista na íntegra:

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