Conteúdo: 12/06/2020

Snaplage é “coringa” no confinamento

A silagem da espiga de milho é uma espécie de ingrediente chave nas chamadas dietas de “alto grão”, hoje usadas por pelo menos 60% dos confinamentos brasileiros

Pesquisa mostrou que dietas apenas com snaplage como fonte de fibra e energia também dá bom resultado.

Por Maristela Franco

A palhada de snaplage é boa opção para engorda intensiva de bovinos com suplementação, como mostrou a pesquisa da UFLA (Leia AQUI). E a silagem de espiga em si? Qual seu potencial de uso em dietas de confinamento convencional? Ela vai bem sozinha, como fonte exclusiva de fibra? Funciona melhor quando associada a outros volumosos? Pode substituir totalmente o milho seco moído nas formulações?

Como explica o professor Thiago Bernardes, trata-se de um alimento “novo” no Brasil, portanto, muitas perguntas ainda estão sem resposta. Porém, uma coisa é certa: a snaplage é uma espécie de ingrediente “coringa” nas chamadas dietas de “alto grão”, hoje usadas por pelo menos 60% dos confinamentos brasileiros.

Nessas formulações, que têm 80% ou mais de concentrado, a ordem é processar o milho para evitar perdas de amido via fezes, estimadas em 15%-18% nas dietas tradicionais usadas no Brasil. Para reduzir essas perdas, é necessário processar os grãos. Atinge-se o melhor nível de aproveitamento do amido com a floculação, técnica empregada em larga escala nos Estados Unidos, mas ainda incipiente no Brasil.

Outra opção é a ensilagem de grãos úmidos, que se difundiu bem no País, mas exige um moinho à parte, o que eleva o número de operações, além de complicar um pouco o processo de colheita, já que a velocidade de moagem é frequentemente inferior à da máquina automotriz. Diante disso, a snaplage surge como ótima opção, pois é mais simples de produzir e ainda ajuda a reduzir perdas de amido via fezes para 5%-6%.

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Palhada que engorda

Experimentos desenvolvidos pela UFLA mostram que a snaplage (silagem de espiga) e os resíduos que sobram no campo após sua colheita são ótimas alternativas para terminação de bovinos

Colheita de snaplage com colhedora altopropelido: sobra 50% das plantas no campo.

Por Maristela Franco

Seu nome de “batismo” é snaplage, termo em inglês que pode ser traduzido livremente como silagem de espigas (grãos, sabugo e brácteas). Para quem ainda não conhece, trata-se de um alimento tipo “dois em um”, misto de volumoso e fonte energética. Criado pelos italianos na década de 60, aperfeiçoado pelos norte-americanos nos anos 80 e introduzido no Brasil a partir de 2013, ele tem inúmeras vantagens, mas sua produção traz um desafio: encontrar boa destinação para a resteva deixada no campo (50% das plantas de milho).

Uma alternativa simples é deixar colmos e folhas se degradarem naturalmente, fornecendo matéria orgânica para o solo e palha para o plantio direto da próxima cultura. Mas, para os pecuaristas, incomoda deixar tanta forragem sem uso. Alguns até colocam animais na área para pastejo, porém meio “às cegas”. Não sabem qual desempenho esperar, que lotação usar e como suplementar o gado.

Para levantar informações técnicas que possam servir de parâmetro para os produtores, a equipe do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) decidiu montar um experimento de engorda intensiva na palhada de snaplage, destinando-a ao pastejo na forma de volumoso e fornecendo concentrado aos bovinos no cocho. A pesquisa avaliou o desempenho dos animais sob dois níveis de lotação, além de características de carcaça e eventuais impactos do pisoteio sobre o solo.

“Os dados já disponíveis nos permitem concluir que é possível fazer uma safra de carne na palhada, usando, inclusive, lotações altas e tirando proveito do menor custo alimentar, já que o volumoso não precisa ser processado ou armazenado. Está disponível no campo, à vontade, para consumo dos animais”, explica o professor da UFLA, Thiago Bernardes, que há cinco anos faz pesquisas sobre snaplage.

Taxa de lotação

O experimento (inédito no Brasil) foi conduzido pelo zootecnista Ítalo Braz Gonçalves de Lima, como parte de sua tese de doutorado. Ele acompanhou 48 novilhas Nelore/Angus, divididas em dois lotes iguais (24) e mantidas na resteva de snaplage por 95 dias, sob dois níveis de lotação: 7 e 3,5 UA/ha. A área somava 10 ha e foi fracionada em 24 piquetes, sendo oito deles destinados à lotação mais baixa, oito à mais alta e oito ao pousio (testemunha), para posterior análise comparativa de compactação do solo.

O milho foi plantado em outubro de 2018 e colhido em março de 2019, para a produção de snaplage. Após a colheita, montou-se o experimento com as fêmeas, que terminou em junho de 2019, quando elas foram abatidas. Segundo o professor Thiago Bernardes, que acompanhou o trabalho, optou-se por novilhas cruzadas devido à sua docilidade, o que facilita o manejo.

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Snaplage é “coringa” no confinamento

A silagem da espiga de milho é uma espécie de ingrediente chave nas chamadas dietas de “alto grão”, hoje usadas por pelo menos 60% dos confinamentos brasileiros

Pesquisa mostrou que dietas apenas com snaplage como fonte de fibra e energia também dá bom resultado.

Por Maristela Franco

A palhada de snaplage é boa opção para engorda intensiva de bovinos com suplementação, como mostrou a pesquisa da UFLA (Leia AQUI). E a silagem de espiga em si? Qual seu potencial de uso em dietas de confinamento convencional? Ela vai bem sozinha, como fonte exclusiva de fibra? Funciona melhor quando associada a outros volumosos? Pode substituir totalmente o milho seco moído nas formulações?

Como explica o professor Thiago Bernardes, trata-se de um alimento “novo” no Brasil, portanto, muitas perguntas ainda estão sem resposta. Porém, uma coisa é certa: a snaplage é uma espécie de ingrediente “coringa” nas chamadas dietas de “alto grão”, hoje usadas por pelo menos 60% dos confinamentos brasileiros.

Nessas formulações, que têm 80% ou mais de concentrado, a ordem é processar o milho para evitar perdas de amido via fezes, estimadas em 15%-18% nas dietas tradicionais usadas no Brasil. Para reduzir essas perdas, é necessário processar os grãos. Atinge-se o melhor nível de aproveitamento do amido com a floculação, técnica empregada em larga escala nos Estados Unidos, mas ainda incipiente no Brasil.

Outra opção é a ensilagem de grãos úmidos, que se difundiu bem no País, mas exige um moinho à parte, o que eleva o número de operações, além de complicar um pouco o processo de colheita, já que a velocidade de moagem é frequentemente inferior à da máquina automotriz. Diante disso, a snaplage surge como ótima opção, pois é mais simples de produzir e ainda ajuda a reduzir perdas de amido via fezes para 5%-6%.

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Como explica o professor Thiago Bernardes, trata-se de um alimento “novo” no Brasil, portanto, muitas perguntas ainda estão sem resposta. Porém, uma coisa é certa: a snaplage é uma espécie de ingrediente “coringa” nas chamadas dietas de “alto grão”, hoje usadas por pelo menos 60% dos confinamentos brasileiros.

Nessas formulações, que têm 80% ou mais de concentrado, a ordem é processar o milho para evitar perdas de amido via fezes, estimadas em 15%-18% nas dietas tradicionais usadas no Brasil. Para reduzir essas perdas, é necessário processar os grãos. Atinge-se o melhor nível de aproveitamento do amido com a floculação, técnica empregada em larga escala nos Estados Unidos, mas ainda incipiente no Brasil.

Outra opção é a ensilagem de grãos úmidos, que se difundiu bem no País, mas exige um moinho à parte, o que eleva o número de operações, além de complicar um pouco o processo de colheita, já que a velocidade de moagem é frequentemente inferior à da máquina automotriz. Diante disso, a snaplage surge como ótima opção, pois é mais simples de produzir e ainda ajuda a reduzir perdas de amido via fezes para 5%-6%.

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