Snaplage é “coringa” no confinamento
A silagem da espiga de milho é uma espécie de ingrediente chave nas chamadas dietas de “alto grão”, hoje usadas por pelo menos 60% dos confinamentos brasileiros
Por Maristela Franco
A palhada de snaplage é boa opção para engorda intensiva de bovinos com suplementação, como mostrou a pesquisa da UFLA (Leia AQUI). E a silagem de espiga em si? Qual seu potencial de uso em dietas de confinamento convencional? Ela vai bem sozinha, como fonte exclusiva de fibra? Funciona melhor quando associada a outros volumosos? Pode substituir totalmente o milho seco moído nas formulações?
Como explica o professor Thiago Bernardes, trata-se de um alimento “novo” no Brasil, portanto, muitas perguntas ainda estão sem resposta. Porém, uma coisa é certa: a snaplage é uma espécie de ingrediente “coringa” nas chamadas dietas de “alto grão”, hoje usadas por pelo menos 60% dos confinamentos brasileiros.
Nessas formulações, que têm 80% ou mais de concentrado, a ordem é processar o milho para evitar perdas de amido via fezes, estimadas em 15%-18% nas dietas tradicionais usadas no Brasil. Para reduzir essas perdas, é necessário processar os grãos. Atinge-se o melhor nível de aproveitamento do amido com a floculação, técnica empregada em larga escala nos Estados Unidos, mas ainda incipiente no Brasil.
Outra opção é a ensilagem de grãos úmidos, que se difundiu bem no País, mas exige um moinho à parte, o que eleva o número de operações, além de complicar um pouco o processo de colheita, já que a velocidade de moagem é frequentemente inferior à da máquina automotriz. Diante disso, a snaplage surge como ótima opção, pois é mais simples de produzir e ainda ajuda a reduzir perdas de amido via fezes para 5%-6%.