Conteúdo: 13/09/2021

Perda do feto não é culpa somente da vaca

Estudos recentes mostram que os touros também podem contribuir de maneira significativa na quantidade de perdas embrionárias

Quase 30% das perdas ocorrem nos 7 primeiros dias de gestação.

Por Denis Cardoso

A perda gestacional é um dos principais gargalos em fazendas brasileiras de cria, resultando em menor eficiência reprodutiva de rebanhos de corte, que geralmente são submetidos à Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Normalmente, as mortes embrionárias – sejam elas precoces (antes de 28-30 dias de gestação) ou tardias (entre 30 e 100 dias) – são fortemente correlacionadas a fatores ligados a manejos sanitários (vacinação contra doenças reprodutivas) e nutricionais.

Porém, estudos recentes conduzidos nos Estados Unidos por uma pesquisadora brasileira – a médica veterinária Géssica Franco-Johannsen – mostram que os touros também podem contribuir de maneira significativa na quantidade de perdas embrionárias, embora os motivos para essa hipótese ainda careçam de investigações científicas mais profundas.

“Pelo andar de nossas pesquisas, acredito que, dentro de um prazo de dois anos, os pecuaristas poderão utilizar novos indicadores para a qualidade do sêmen em bovinos que possam indicar maior sobrevivência embrionária em vacas inseridas em protocolos de IATF”, prevê Géssica, hoje radicada no Texas (sul dos EUA) e integrante da equipe de pesquisadores liderada pelo professor KyPohler, da Texas A&M University, sediada na cidade de College Station.

Tecnicamente, a pesquisa conduzida pela brasileira tomou como base estudos científicos mais antigos realizados com outras espécies (como roedores) que comprovaram que a genética paterna exerce forte influência sobre a formação da placenta, enquanto a genética materna interfere mais no desenvolvimento do embrião/feto. A partir dessa premissa, os estudos práticos realizados pela equipe de Géssica, tanto em fazendas brasileiras quanto em propriedades norte-americanas, confirmaram a existência de uma variação considerável na incidência de mortalidade embrionária em vacas inseminadas pelos diferentes reprodutores inseridos no projeto – que envolveram animais das raças Angus e Nelore.

“Embora as nossas análises científicas ainda não estejam totalmente concluídas, a principal hipótese é que essa perda embrionária é ocasionada por uma espécie de ‘defeito genético’ na formação da placenta, o que reduz a concentração de glicoproteínas associadas à gestação (batizadas de PAGs)”, revela a pesquisadora.

Em outras palavras: diferentes touros podem ser capazes de influenciar a capacidade das fêmeas de desenvolver placentas menos ou mais evoluídas, o que interferirá diretamente na quantidade de glicoproteínas secretadas no período de gestação (analisadas por meio do sangue das matrizes ou amostras de leite). Ou seja: quanto maior o seu fluxo maior é a chance de vingar a parição dos bezerros.

“Nossos estudos mostraram que, para cada aumento de 1 ng/mL na concentração de glicoproteína circulante em vacas avaliadas no 30o dia de gestação, as chances de manutenção da prenhez até o centésimo dia cresceram 11%”, informa a pesquisadora.

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Plano de voo para o segundo giro de engorda

Simulações de Rogério Coan, da Coan Consultoria, indicam que, se conjuntura não melhorar, segundo giro de engorda renderá pouca alegria 

Rogério Marchiori Coan, da Coan Consultoria.

Por Rogério Marchiori Coan – Zootecnista e proprietário da Coan Consultoria, de Ribeirão Preto, SP.

Vamos iniciar o texto falando um pouco do passado, especificamente do ano de 2016. É quase unânime a opinião de que aquele ano foi repleto de tormentas, mesmo para os mais experientes “pilotos” da pecuária, sejam confinadores ou não. No início de 2016, já havia forte tendência de preços mais baixos para o boi gordo, tanto no mercado físico quanto na B3, apesar da margem ainda seguir relativamente atrativa para o confinador.

O preço dos insumos (principalmente do milho) e do boi magro traziam certa insegurança, porque, por melhor que fosse o “plano de voo” estabelecido, a chance de pouso forçado era grande. A volatilidade do mercado e a insegurança comandavam o espetáculo da pecuária, forçando técnicos, consultores e especialistas de mercado a exercitar ainda mais as contas para viabilizar o confinamento naquele ano.

Posto isto, qual seria a semelhança de 2016 com 2021? São muitas, ainda mais analisando o segundo giro de confinamento, onde o boi magro e insumos, principalmente o milho, continuam valorizados, principalmente devido às quebras de safra nos Estados produtores e especulações de mercado. Para complicar ainda mais a equação do lucro, o boi gordo na B3 e no físico seguem pressionados pela indústria frigorífica, incorrendo em quedas sucessivas nas cotações na última semana de agosto.

VEJA TAMBÉM | Recebimento dos animais em confinamento é a parte mais importante do processo de engorda, aponta pesquisador

Bom, tudo bem até aqui. Mas se a remuneração da arroba do boi gordo não for compatível, a operação não fecha as contas, correto? Exatamente e, é por isso, que temos de simular os custos e resultados, tendo como parâmetro os clientes da Coan Consultoria (ano-base 2021) localizados nos diferentes Estados já tradicionais na operação de confinamento, sendo: São Paulo (SP), Paraná (PR), Mato Grosso do Sul, Mato Grosso (MT), Rondônia (RO), Pará (PA), Tocantins (TO), Goiás (GO) e Minas Gerais (MG). Então vamos aos números!

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