Conteúdo: 27/07/2022

Revista DBO | Arrojado projeto de touros no Pará

Nelore Água Fria investe em fêmeas superprecoces e aumenta produção de embriões, para viabilizar expansão de seu projeto pecuário

Água Fria quer chegar a 2.000 touros vendidos por ano. Começou em 2010, com 80.

Por Larissa Vieira

Uma das maiores produtoras de touros Nelore da região Norte e do Brasil (1.000 exemplares vendidos em 2021), a Fazenda Água Fria, de Xinguara, sudeste do Pará, quase na divisa com o Tocantins, tem investido na intensificação da pecuária para dar máxima expressão à genética que seleciona há 50 anos.

O passo mais recente foi promover o deslocamento temporário de 2.600 bezerras (metade delas Nelore puras de origem) destinadas à reprodução para um confinamento – prática conhecida como “sequestro”–, como forma de melhorar o escore corporal das “precocinhas” (de 12 a 14 meses) e aumentar a taxa de prenhez dessa categoria, que já responde por 23% das 10.500 matrizes da propriedade (3.800 são PO).

Este será o segundo ano do projeto de fêmeas superprecoces da Água Fria. O objetivo, segundo João Guimarães Filho, administrador da propriedade – comprada pelo pai em 1972 (veja quadro na página ao lado) –, é intensificar o sistema de cria, tanto do gado puro quanto do comercial, e garantir a ampliação do rebanho, prevista para os próximos anos.

Na estação de monta passada, foram inseminadas 2.500 “precocinhas” (1.300 PO). Nas puras, foram aplicados até dois protocolos de IATF, mais repasse de touro, resultando num índice final de prenhez de 66%; nas “cara limpa”, foram três IATFs (sem repasse de touro), com 60% de prenhez. A meta deste ano é aumentá-la em 10%, nas duas categorias.

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Revista DBO | Como enfrentar a carestia?

Na seção “DBO Responde”, Guilherme Cunha Malafaia, pesquisador e coordenador do CiCarne, da Embrapa, dá dicas para driblar os altos custos da pecuária

Ticiano Menezes Ramos

“Quais alternativas podemos usar, na pecuária de corte, para ‘driblar’ os altos custos?

Pergunta do leitor Ticiano Menezes Ramos, proprietário das Fazendas Mucuri e Maçarico, dedicadas à criação de gado Nelore (veja foto acima), em Esplanada (BA)

Com ajuda de Guilherme Cunha Malafaia, pesquisador e coordenador do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa Gado de Corte, DBO Responde. Malafaia é administrador de empresas, mestre em Economia Rural e doutor em Agronegócios.

“A produção pecuária tem seu desempenho relacionado diretamente ao conhecimento das técnicas produtivas que, normalmente, o pecuarista domina. Entretanto, o gerenciamento do negócio precisa ser sistêmico. Isso exige do produtor muito mais do que manejar bem os animais e oferecer-lhes comida. É preciso desenvolver boas estratégias de compra e venda, planejar operações, monitorar sua execução, investir em recursos humanos, administrar bem recursos naturais e, principalmente, levantar dados para análises financeiras do sistema como um todo.

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Revista DBO | Apartação sem estresse; veja como fazer

A separação dos bezerros das mães durante manejos no curral frequentemente gera estresse e riscos de acidentes

1 Conduza vacas e bezerros até o curral com tranquilidade para que não corram o risco de se machucarem, o que contribui para criar uma “memória ruim” da instalação. No caso de vacas em manejo reprodutivo, os efeitos negativos podem se refletir na taxa de prenhez. “Sabemos que os hormônios do estresse são antagônicos aos da reprodução”, alerta Fernanda Macitelli, professora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

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