A importância do cálcio no desempenho das vacas leiteiras

Substância está relacionada à eficiência do sistema imunológico do animal

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Todas as vacas leiteiras, independente do seu volume de produção, passam por um período crítico comumente denominado “Período de Transição”. Esse período compreende as três semanas pré-parto e as três semanas pós-parto, marcado por importantes alterações físicas, hormonais e fisiológicas associadas ao parto, lactação e crescimento fetal. A hipocalcemia é uma das mais importantes alterações desse período, caracterizada pelas baixas concentrações plasmáticas de cálcio.

O cálcio é fundamental e está envolvido de forma direta e indireta em diversos processos fisiológicos do organismo, como contração muscular, transmissão de impulso nervoso, bom funcionamento do sistema imunológico do animal, entre outros. A deficiência desse mineral deixa a vaca mais susceptível a doenças do periparto como metrite, mastite e retenção de placenta, uma vez que o sistema de defesa se apresenta debilitado e a contratilidade muscular diminuída. Segundo um estudo realizado na Universidade de Cornell (USA), vacas com hipocalcemia têm 8,1 vezes mais chances de ter mastite clínica, 7,2 vezes mais chances de distocia e 5,7 vezes mais chances de sofrer retenção de placenta do que os animais normais.


O grande motivo da influência do cálcio na ocorrência de determinadas doenças é sua relação na eficiência do sistema imunológico do animal. O influxo desse mineral para dentro das células é essencial na sinalização feita pelo organismo, atraindo as células de defesa para que elas possam atuar no local da infecção, impedindo que essa infecção prossiga e o animal adquira uma doença infecciosa, como por exemplo a mastite.

Em vacas hipocalcêmicas, devido a debilidade imunológica associada a contaminação fisiológica do útero no pós-parto, a ocorrência de metrites é muito maior do que em uma vaca saudável. Em decorrência a essa metrite há ainda a predisposição dos animais a retenção de placenta. Segundo Kim et al. (2005) e Gooff et. al (2014), os macrófagos provenientes de vacas com metrite apresentam menor capacidade funcional, influenciando negativamente no desprendimento da placenta após o parto, visto que essas são as células responsáveis por essa ação no útero. A não eliminação da placenta até 12 horas após o parto caracteriza a enfermidade conhecida como “retenção de placenta”.

Contribuindo ainda mais com a incidência de retenção de placenta em vacas hipocalcêmicas, podemos citar a diminuição das contrações uterinas. Essas contrações são de suma importância para a eliminação dessa estrutura. Uma vez desprendida a placenta das carúnculas (estruturas que fixam a placenta no útero), há a necessidade de contrações musculares uterinas para sua expulsão, sendo que sem concentrações adequadas de cálcio esse fenômeno não acontece.

Vale lembrar que as contrações de musculatura lisa também são necessárias para que haja a adequada motilidade intestinal. A hipocalcemia pode levar a uma diminuição do tônus muscular do trato digestório, comprometendo a função ruminal, o peristaltismo intestinal e a passagem da digesta. Esse distúrbio faz com que o animal tenha uma queda na ingestão da matéria seca, podendo posteriormente progredir para uma situação de balanço energético negativo.

Os distúrbios relacionados as contrações musculares podem interferir até na mastite. A deficiência de cálcio pode levar a uma dificuldade de contração e fechamento do esfíncter muscular do teto, que associado a tendência das vacas hipocalcêmicas permanecerem deitadas por um período maior, e também por conta da queda da imunidade, as tornam mais predisponentes a infecções bacterianas na glândula mamária. 

Visto essa importância do cálcio para o funcionamento do organismo e desempenho produtivo e reprodutivo das vacas leiteiras, é muito importante que seja feito o correto controle e tratamento da hipocalcemia, utilizando um agente repositor de cálcio. E para isso, os medicamentos de eleição são aqueles à base de gluconato de cálcio, sendo que sua administração intravenosa, na dose de 200mg/kg, leva a uma rápida recuperação do tônus da musculatura esquelética e da musculatura lisa do trato gastrintestinal. Vale lembrar que a administração intravenosa deve ser lenta, não ultrapassando a velocidade de 1g/min pois, do contrário, pode resultar em uma arritmia fatal (GOFF, 2008).

Adicionalmente o uso de dietas adequadas no pré-parto também são essenciais para evitar o decréscimo acentuado de cálcio nesse momento. Segundo Goff e Horst (1998), o uso de dietas aniônicas, ou seja, dietas mais ácidas, favorecem a ação do paratormônio, que consequentemente irá mobilizar o Ca+ dos ossos para o sangue, aumentando a absorção intestinal e impedindo a excreção urinária desse mineral. Isso reduzirá as chances das vacas se apresentarem hipercalcêmicas no puerpério.

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