*Por Ricardo Soares e Larissa Vieira, de Uberaba, MG
A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), com sede em Uberaba, MG, quer testar a genética zebuína para qualidade de carne, com sustentabilidade. Hoje, 10 de março, durante o lançamento da 86ª Exposição Internacional das Raças Zebuínas (ExpoZebu), evento que ocorre entre os dias 25 de abril a 3 de maio, a entidade apresentou o “Programa Carne de Qualidade Zebu”. A ideia é avaliar a genética de touros melhoradores avaliados pelo Programa de Melhoramento Genético das Raças Zebuínas (PMGZ) em abates técnicos que vão contribuir para a criação de futuras DEPs de carcaça e qualidade de carne.
“A ideia é reunir todas as recomendações técnicas para a produção de carne com qualidade, viabilidade financeira e ao mesmo tempo sustentável”, afirma Luiz Antônio Josakhian, superintendente técnico da ABCZ.
Para a edição piloto, o programa será realizado com animais Nelore. Mas, nos anos seguintes contemplará todas as raças zebuínas, entre elas guzerá, brahman e tabapuã. As inscrições estão abertas até o dia 31 deste mês, ou até o preenchimento das vagas. Serão aceitos 100 animais por ordem de inscrição. Os testes ocorrerão na Fazenda Experimental Orestes Prata Tibery Júnior, também em Uberaba.
Para participar do programa, os animais devem atender aos seguintes critérios:
• Ser do sexo masculino, portador de RGN na categoria PO (puro de origem) ou aptos a recebê-lo
• idade compreendida entre 6 (seis) e 8 (oito) meses no início da prova
• peso ajustado aos 210 dias de no mínimo 200 quilos
• avaliação EPMURAS com resultado pelo menos “Bom”
• até DECA 2 na DEP PS-ED (peso ao sobreano, efeito direto)
• até DECA 4 nas DEPs para AOL e ACAB
Etapas do programa:
O programa será executado em três etapas. A equipe técnica responsável é multidisciplinar. Conta com pesquisadores e técnicos da ABCZ, Embrapa, Epamig, Fazu, UFV, Unicamp e USP.
São elas:
1ª etapa – recria da desmama ao sobreano a pasto, entre abril de 2020 e março de 2021. Neste período, os animais serão submetidos à prova de ganho em peso.
2ª etapa – confinamento do sobreano ao abate, com duração de 120 dias. Nesta etapa, além da mensuração da eficiência alimentar, serão tomadas medidas de peso, ganho em peso, ultrassonografia de carcaça para área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea, espessura de gordura na picanha e marmoreio.
3ª etapa – abate técnico conduzido por profissionais da área. Serão realizadas mensurações de peso de carcaça quente, espessura de gordura subcutânea, rendimento de abate, gordura intramuscular, mármore, carne aproveitável total e maciez instrumental.
Confira no vídeo abaixo a entrevista com Luiz Antônio Josakhian: