Mesmo com o sobe e desce nas exportações brasileiras de carne bovina, o médico veterinário Antonio Jorge Camardelli, presidente Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), acredita que o volume exportado este ano seja 6% maior em relação a 2020, com 2,14 milhões de toneladas. Até agora, o volume exportado chega a 40,9% do total.
Nessa terça-feira (6/7), a entidade apresentou os números de junho, bem como o resultado acumulado no primeiro semestre de 2021. No mês passado, o Brasil exportou 164,3 mil toneladas, que significou um avanço de 9,7% sobre o resultado de maio, mas uma queda de 6,7% ante o mês de junho de 2020, quando o País exportou 176,2 mil toneladas de carne.
No acumulado do primeiro semestre do ano, o volume de exportação foi de 874,4 mil toneladas, 3,7% a menos que o primeiro semestre de 2020. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), atualmente ligada ao Ministério da Economia, e compilados pela Abiec.
“Nossa base de avaliação continua a mesma e está pautada na abertura de novos mercados, no incremento de novos associados ou de novos frigoríficos, e no incremento de alguns itens em mercados já abertos e que ainda não tínhamos acesso”, explica Camardelli.
Evolução do comércio
Para que a expectativa da Abiec se concretize, o País teria de vender 1,3 mil toneladas de carne bovina, pois, até agora o volume exportado chega a 40,9% da estimativa apresentada pela entidade, no final do ano.
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Até agora, só os meses de março, abril e maio tiveram resultados superiores em comparação com os mesmos períodos do ano passado. Março, com 158,4 mil toneladas, 7,8% a mais que março de 2020; abril, com 151,9 mil toneladas, +12,3% ante abril de 2020; e maio, com 149,9 mil toneladas, +10,8% sobre maio do ano passado.
Já olhando para a receita, o primeiro semestre de 2021 fechou com US$ 4,08 bilhões, 4,2% a mais em comparação com os US$ 3,9 bilhões registrados no primeiro semestre de 2020. As vendas externas de junho somaram US$ 835,1 milhões, 15,2% mais que maio deste ano e junho de 2020.
Novos mercados
Para Camardelli, os fundamentos da virada de cenário do comércio internacional da carne bovina estão na gradual abertura de mercados que mais valorizam a proteína animal bovina fresca e no melhor posicionamento do País no comércio internacional.
“O Brasil hoje é o primeiro exportador de carne no mundo e tem o maior rebanho comercial, e, mesmo assim, ainda não acessa, em números redondos, 40% do mercado internacional de carne bovina de carne fresca. São exatamente aqueles países que que compram grandes volumes e que tem preços extremamente competitivos, como é o caso do Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Canadá, México”, diz Camardelli.
O Japão e a Coreia do Sul, juntos, correspondem ao quarto maior mercado importador de carne bovina do mundo, com volumes de 440 mil toneladas a um preço médio acima de US$ 6 por quilo, segundo o executivo da Abiec. “Estados Unidos e Austrália tem de 70% a 80% de reserva nesses mercados”, diz Camardelli.