Doenças oculares em bovinos são mais comuns do que se imagina. Há um tipo de câncer que se não for diagnosticado a tempo pode obrigar o produtor a sacrificar o animal, que sofre com a dor. É o carcinoma de células escamosas (CCE), também conhecido como tumor da terceira pálpebra, membrana localizada no canto do olho, quase imperceptível nos humanos, mas proeminente nos bovinos. Maligno, trata-se de um dos principais tumores epiteliais diagnosticados em bovinos. Acomete tanto animais de corte quanto de leite. “A formação tumoral é proliferativa, erosiva, ulcerada ou com aspecto de couve-flor”, explica Raul Mascarenhas, veterinário da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos, SP. O mal não é contagioso.
A incidência da doença cancerígena é mais elevada em regiões de clima quente e dias longos e está associada à exposição prolongada à radiação solar, principalmente em animais de pelagem branca ou áreas despigmentadas da pele ao redor dos olhos. Holandês, Simental, Gir, Hereford e seus cruzamentos são as raças mais susceptíveis ao desenvolvimento da patologia, segundo o veterinário. Por esta razão, como medida preventiva, recomenda-se evitar o uso de bovinos com despigmentação ocular e prover sempre sombra no pasto.
O CCE pode acometer animais de todas as idades, embora as ocorrências estejam mais relacionadas a animais mais velhos, em função do maior tempo de exposição aos raios solares. De acordo com Mascarenhas, o primeiro sinal do aparecimento do carcinoma é a formação de uma espécie de carne esponjosa na terceira pálpebra, no canto do olho. Veja a matéria completa na edição de março de DBO.