O acordo comercial com a China para a comercialização de produtos lácteos será vital para o setor de genética em pecuária de leite, segundo observou Sérgio Saud, presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). O executivo esteve nos estúdios do Portal DBO para comentar os resultados do setor no último semestre.
“O acordo com a China é vital para a pecuária leiteira porque hoje não existe uma válvula de escape para a produção de leite do Brasil. Se aumenta a oferta, a primeira coisa que acontece é derrubar preço”, lembra Saud ao destacar a necessidade de planejamento no setor para aumento nos investimentos – entre eles, em genética.
De acordo com dados divulgados pela Asbia, as vendas de sêmen bovino no primeiro semestre de 2019 registraram crescimento de 19,1% ante igual período do ano passado. Nas raças leiteiras, o crescimento foi de 7,2%, bem abaixo do expressivo aumento de 28% observado na pecuária de corte.
Já nas exportações, o cenário é inverso: as vendas de sêmen de gado de leite cresceram 23% no último semestre, com 101,81 mil doses vendidas. Na pecuária de corte, esse avanço foi de 18,76%, para 66,46 mil doses – pouco mais da metade. Saud explica que o forte interesse pela genética de gado leiteiro do Brasil reflete o trabalho de seleção com raças adaptadas à produção de leite em ambiente tropical, como a girolando.
“O avanço que se fez na seleção do gir leiteiro e do girolando foi muito grande. E isso chama atenção porque há diversos países do mundo que sofrem dificuldade para produzir leite em ambiente tropical. Há muito mercado para a genética leiteira tropicalizada”, destacou o presidente da Asbia. Confira a entrevista completa no vídeo acima.