O nitrogênio (N) é, sem dúvida, o item de maior custo dentro de um programa de adubação de pastagens e, para extrair dele os melhores resultados, o produtor precisa de uma ferramenta básica: planejamento. Essa foi a principal mensagem dos especialistas para cerca de 1.500 produtores, reunidos, entre os dias 1 e 4 de outubro, no Encontro dos Encontros, em Ribeirão Preto, SP. O megaevento discute desde sistemas de cria até pecuária leiteira, mas DBO decidiu focar na adubação, em função de seu Especial de Pastagens. Falar em planejamento pode parecer óbvio, mas é justamente por falta dele que se obtém resultados aquém do esperado. Os palestrantes lembraram que, na construção da fertilidade do solo, o nitrogênio é apenas a cereja do bolo ou a cobertura do edifício. Sua resposta depende de inúmeros fatores, começando pela correção do solo (base de tudo) e passando pelos demais nutrientes. Por isso, é tão importante planejar cada etapa do processo.
Conforme explicou Adilson de Paula Almeida Aguiar, professor das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), de nada adianta começar um programa de adubação pela dosagem de N, porque isso seria dar um tiro no pé, fazer tudo de trás para frente e pular etapas imprescindíveis para o sucesso da estratégia, inclusive porque o adubo está mais caro (veja quadro abaixo). “Antes de mais nada, é preciso considerar as condições climáticas da região, principalmente a amplitude térmica e a distribuição de chuvas ao longo do ano, que estabelecem o potencial da gramínea para produção de forragem. Também é fundamental analisar as características do solo, tais como profundidade, capacidade de drenagem e fertilidade. Outros itens a serem considerados são a espécie forrageira instalada na área, o histórico de cultivo do solo, a rotação de culturas, o manejo do pastejo e a presença de pragas e plantas infestantes”, afirmou.