
Por Danilo Grandini – Zootecnista, com pós-graduacão em análise econômica, e diretor global de marketing para bovinos da Phibro Animal Health


Passados exatamente 26 meses da pandemia, lá fui eu, com o pé na estrada, para fora do país rumo à África do Sul, desta vez em companhia do colega, consultor e pesquisador Luis Orlindo Tedeschi. Visitamos dois dos maiores confinamentos daquele país, realizamos três reuniões técnicas com aproximadamente 75 veterinários e nutricionistas. Aproveitamos para interagir com diferentes conceitos, além de discutir necessidades e oportunidades na produção de bovinos.
A África do Sul é um daqueles casos que nos faz pensar, especialmente porque ela pertence, como nós, ao denominado grupo BRICS, formado por cinco nações de economia emergente: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Este último é, portanto, um país com indicadores econômicos próximos aos nossos, situado no Hemisfério Sul e até hoje afetado por surtos recorrentes de febre aftosa, do qual se esperaria um modelo de produção também semelhante ao nosso, mas não é.
Lá não existe uma plataforma de agregação de valor como na Austrália e Estados Unidos, mas os sul-africanos compartilham com esses países um modelo direcionado à maximização do desempenho animal na variável tempo. Lá, os bovinos são penalizados em preço ao perder a dentição de leite, ou seja, exceto para animais de descarte oriundos de rebanhos de cria (vacas, novilhas falhas e touros), os demais são de fato engordados à base de grãos. Dessa forma, 55% dos abates proveem de confinamentos.