A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu nesta sexta-feira (19/3) que o agronegócio brasileiro é uma boa alternativa para investimento privado em títulos verdes, conforme nota do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Nossa produção é cada vez mais sustentável. Graças às condições naturais e climáticas favoráveis, temos capacidade de colher duas safras ao ano em uma mesma área, podendo chegar a três com o emprego de tecnologias sustentáveis. Algo impossível para agricultura em países com clima temperado“, destacou a ministra, em evento sobre finanças verdes, promovido pela Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a Rede Brasil pelo Pacto Global. O evento virtual reuniu representantes de vários países e de multinacionais.
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Ela disse, ainda, que programas nacionais trabalham na recuperação de milhões de hectares de pastagens ociosas e degradadas para expansão agropecuária e citou como exemplo os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
“Nossos produtores há muito tempo já compreenderam que a preservação e a produção são indissociáveis, e que a sustentabilidade já é lucrativa. Isso cria um ponto fundamental para que a gente cresça mais na pecuária sustentável“, afirma.
Em sua apresentação, a ministra citou, a representantes de vários países e multinacionais, que o Brasil quer “aproveitar os mercados financeiros e domésticos ainda com muita liquidez”. “Existem trilhões de dólares e reais em busca de boas alternativas de investimento, melhores retornos e riscos menores. O nosso agronegócio oferece, com certeza, essas oportunidades”, ressaltou a ministra.
Conforma a nota, para responder à demanda global por alimentos, fibras e energias renováveis, a agropecuária brasileira necessitará de um grande volume de recursos. Anualmente, o setor necessita de US$ 100 bilhões somente para giro, sem contar os demais investimentos em outros elos da cadeia produtiva, como produção de insumos, logística, comercialização, armazenagem e industrialização. Com esse cenário, os títulos verdes são importante ferramenta de financiamento do setor.
Em 2019, o Brasil emitiu apenas 0,5% ou US$ 1,5 bilhão de todos os títulos verdes do mundo, apesar de representar mais de 2% do PIB mundial. Com o objetivo de ampliar esse mercado e atrair os investidores estrangeiros, o governo está adotando medidas para melhorar o ambiente de negócios, desburocratizar a entrada de recursos externos e equacionar aspectos tributários para não atrapalhar o fluxo de recursos internacionais.