Os efeitos da maior demanda chinesa por proteína animal depois que uma epidemia de peste suína africana assolou o rebanho de suínos do país (o maior do mundo) continuam sendo sentidos no mercado interno brasileiro. Segundo acompanhamento do Cepea, a valorização da carne de porco já supera a alta observada no setor de aves, primeiro a reagir ao aumento das exportações brasileiras.
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Enquanto em abril a carne suína era R$ 1,73/quilo mais cara do que o frango, na parcial de maio, essa diferença ampliou-se para R$ 1,81 /kg, aumentando em 4,6% a competitividade da proteína avícola, aponta a instituição em nota. Além das exportações, o Cepea desta que a menor produção brasileira este ano quando comparada a 2018 tem contribuído para a valorização dos cortes suínos.
“Essa conjuntura, além de impulsionar os valores da carne no mercado interno, também tem elevado os preços do animal, desde o leitão até o suíno pronto para abate”, explica a instituição em nota. No Oeste Catarinense, o suíno vivo, posto no frigorífico, é negociado ao preço médio de R$ 3,89/kg na parcial deste mês (até o dia 15), alta de 32% ante o mesmo período do ano passado. Em Erechim (RS), essa valorização foi de 34%.
No caso do frango, o Cepea destaca que o movimento altista das cotações da carne de frango tem favorecido principalmente os exportadores. “Para os agentes que comercializam apenas no mercado interno, porém, os aumentos têm reduzido a liquidez. Uma vez que o frango vivo também tem se valorizado, agroindústrias têm dificuldades em reduzir o preço de venda da carne”, afirma o Centro de Estudos.
Na comparação com a carne bovina, o frango teve sua competividade reduzida em 0,67% este mês, com a diferença de preços passando de R$ 6/kg em abril para R$ 5,96/kg na parcial deste mês (até o dia 16).