A Anistia Internacional realizou nesta quarta-feira (28/4) uma série de ações para pressionar a JBS a melhorar o monitoramento da sua cadeia produtiva, de modo a eliminar fornecedores diretos ou indiretos de gado bovino localizados em áreas de preservação ambiental na Amazônia.
Em comunicado, a entidade afirma que entregou à diretoria da empresa mais de 57 mil assinaturas de pessoas em 84 países que apoiam à petição “Diga à JBS para não comprar gado ilegal da Amazônia”, lançada em julho do ano passado. Além disso, colocou nas ruas de São Paulo, nesta quarta-feira, um caminhão que exibi mensagens de repúdio à compra de gado criado em áreas ilegais.
Antes disso, estava previsto para ontem à tarde um encontro virtual entre representantes da organização, o diretor de sustentabilidade da empresa, Marcio Nappo, e o executivo responsável pelo monitoramento de fornecedores da JBS, Alexandre Kavati. O objetivo do encontro seria cobrar e conhecer as medidas que a companhia está prevendo para “garantia dos direitos humanos na sua cadeia direta e indireta de fornecimento”, segundo a Anistia.
“A JBS precisa assumir um compromisso público em parceria com seus fornecedores, para indenizar indígenas e moradores das áreas protegidas onde houve criação de gado ilegal. A criação de gado ilegal favorece outras práticas também associadas às violações de direitos humanos como a grilagem, a invasão de terras e o desmatamento. Os olhos do mundo estão voltados para a Amazônia e a Anistia Internacional também chama atenção para as pessoas que vivem sob ameaças constantes, nesses territórios”, afirma em nota a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck.
Em setembro do ano passado, a JBS anunciou o lançamento do programa “Juntos pela Amazônia”, no qual está inserida a Plataforma Verde JBS, um sistema com tecnologia “blockchain” que será utilizado para identificar e monitorar toda a cadeia de fornecedores diretos e indiretos da companhia até 2025. O prazo, porém, é considerado muito longo pela Anistia Internacional.
“A Anistia Internacional reafirma que a JBS deveria ter implementado a devida diligência e medidas preventivas até o final de 2020. Os compromissos assumidos pela empresa precisam ser efetivos na prática e devem ser percebidos por quem vive na Amazônia”, acrescenta no comunicado.