A Agência Nacional de Vigilância Sanitária concluiu sua reavaliação do glifosato, iniciada em 2018 , e apontou em relatório que a substância não representa risco à saúde humana. O documento, de 400 páginas, ressalta que a molécula não causa mutações no DNA, nem nos embriões ou fetos, não é cancerígeno e não é desregulador endócrino, não afetando a reprodução humana.
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Ao todo, o processo contou com 16 pareceres da Anvisa e outros três pareceres externos. Também foram analisados o perfil de intoxicações por glifosato no Brasil e os dados do monitoramento de água para consumo humano produzidos entre 2014 e 2016. Foram analisadas 22.704 amostras de água e em apenas 0,03% dos casos havia presença de glifosato em nível acima do limite permitido.
Em nota, a Anvisa destaca que a conclusão da reavaliação é semelhante à obtida em outros países que recentemente fizeram a análise do uso do glifosato no campo, como os Estados Unidos e o Canadá, além da União Europeia. A agência reguladora ressaltou ainda que o produto apresenta maior risco para os trabalhadores que atuam em lavouras e para as pessoas que vivem próximas a estas áreas.
“Por isso, as principais medidas propostas estão voltadas para medidas relacionadas ao manejo do produto durante a sua aplicação e a sua dispersão”, explica a Anvisa. O documento propõe ajustes e definição de limites de exposição e proibição do produto concentrado para jardinagem amadora.
O glifosato é o defensivo mais utilizado no Brasil para a eliminação de ervas daninhas, sendo usado nas lavouras de soja, milho, algodão, arroz, feijão, café, banana, cacau, cana-de-açúcar, citros, coco, fumo, maçã, mamão, nectarina, pastagem, pêra, pêssego, ameixa, seringueira, trigo, uva e nas florestas de eucalipto e pinus.