Arena Embrapa de Inovação debateu a descarbonização da pecuária de corte

Especialistas da Embrapa e dirigentes de empresas parceiras, como Minerva, Nestlé e Marfrig, debateram a importância e os desafios para os sistemas de produção

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Da esq. para a dir. | Taciano Custódio (Minerva), André Novo (Embrapa), Barbara Sollero (Nestlé), Marcelo Morandi (Embrapa), Paulo Pianez (Marfrig) e Celso Manzatto (Embrapa) / Foto: Divulgação

 

Especialistas da Embrapa e dirigentes de empresas parceiras, como Minerva, Nestlé e Marfrig, debateram, no dia 14, a importância e os desafios da descarbonização dos sistemas de produção de bovinos de corte e de leite e o desenvolvimento de mercado para produtos obtidos em processos de redução de emissão de carbono no painel na Arena Embrapa de Inovação, durante a terceira edição da Anufood Brazil — feira de negócios do setor de alimentos e bebidas, realizada de 12 a 14 de abril, em São Paulo — SP.


O painel, moderado por Marcelo Morandi, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, contou com debatedores como Celso Manzatto — Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e coordenador da Plataforma ABC+, André Novo — Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, Roberto Giolo de Almeida — Pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Barbara Sollero — Gerente de Milksourcing da Nestlé, Paulo Pianez – Diretor de Sustentabilidade e Comunicação da Marfrig Global Foods e Taciano Custódio — Diretor de Sustentabilidade da Minerva Foods.

O evento serviu para apresentar as ações que a Embrapa já desenvolve em cooperação com essas empresas, para a criação e o aperfeiçoamento de protocolos auditáveis, como a Carne Carbono Neutro, o projeto “Validação de protocolo MRV (avaliação, relato e verificação) das Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e da sustentabilidade sócio ambiental, bem-estar animal e governança” ou o Leite Baixo Carbono.

O presidente da Embrapa Celso Moretti, participou virtualmente da abertura do evento, lembrando que a descarbonização do setor é um compromisso consignado no Planejamento Estratégico 2020 – 2030 da Embrapa, pela meta de implementar, até 2025, mais 10 milhões de hectares áreas com plantio em sistemas Integrados Lavoura Pecuária Floresta — ILPF e aumentar em 1 milhão de hectares, as áreas de florestas plantadas, desenvolvidas com empresas parcerias e adaptadas em diferentes biomas.

“A Embrapa ainda possui um vasto conhecimento e entrega de ativos, capaz de contribuir com o progressivo processo de descarbonização da nossa agropecuária,” concluiu o presidente.

Já o pesquisador e coordenador da plataforma ABC+, Celso Manzatto, destacou o tamanho do desafio considerando as emissões da pecuária, onde a atividade é apontada como emissora de 1,1 bilhão de ton. de CO²/ano, segundo dados do inventário nacional.

“Esses números são oriundos da atividade pecuária e da Mudança de Uso da Terra — MUT, e evidenciam a necessidade de os outros setores se aliarem ao processo de redução das emissões. É tempo de somar esforços e promover a difusão de tecnologias sustentáveis de produção que promovem ainda diminuição de custos, ganhos de produtividade, conforto animal, diminuição na pressão por abertura de novas áreas produtivas e ainda mitigam as emissões de gases de efeito estufa associadas à pecuária”.

O diretor de Sustentabilidade da Minerva, Taciano Custódio, acredita que a pecuária de corte, embora grande emissora de GEEs, pode potencializar a mitigação de emissões e gerar mais benefícios ecossistêmicos e a diminuição da pressão por desmatamento.

Segundo ele, isso se dará por meio da recuperação de pastagens e da adoção de sistemas integrados, com incorporação de tecnologias com viés de sustentabilidade produtiva.

Taciano Custódio, diretor de sustentabilidade da Minerva Foods

“A Minerva é a maior exportadora de carne bovina do país e 70% da receita advém da exportação de carne. Olhando para o mercado, a empresa assumiu a meta de “emissão líquida zero” até o ano de 2035, onde o grande desafio é atuar na junto aos produtores para incentivar práticas capazes de melhorar os indicadores de produtividade para valorar os produtos gerados no mercado,” concluiu.

Barbara Sollero, da Nestlé, também concorda que “quanto mais tecnologia empregada, mais sustentabilidade é gerada no processo produtivo”. Ela destacou que parceria com a Embrapa vai criando história temporal, na execução do projeto de leite de baixo carbono.

Conforme ela, a atividade leiteira responde por 30% das emissões da companhia nas operações da Nestlé Brasil. Ela destacou o programa “Nature por Ninho, o Amor que Regenera” voltada aos mais de 1,5 mil produtores de leite fornecedores da Nestlé em todo o Brasil.

A iniciativa integra um grande trabalho da Nestlé no pilar de agricultura e pecuária sustentáveis, com um olhar para questões como o bem-estar animal, emissões e mudanças climáticas e uso de água nas propriedades. Esse ano, a Nestlé divulgou seus compromissos em sustentabilidade no Brasil, que incluem planos para um futuro regenerativo.

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O compromisso global da Nestlé é neutralizar as emissões de suas operações, incluindo cadeias de fornecimento, até 2050, com metas intermediárias de redução de 20% até 2025 e de 50% para 2030. No Brasil, são três pilares rumo à meta climática global: agricultura regenerativa, gerando impacto positivo por meio das principais cadeias fornecedoras, com foco em conservação, reabilitação e aumento de produtividade; circularidade, reduzindo e eliminando desperdícios em toda a cadeia de embalagens; e bioeconomia, valorizando os biomas brasileiros e suas comunidades por negócios sustentáveis.

Estamos preparados? – Paulo Pianez, Diretor de Sustentabilidade e Comunicação da Marfrig, acredita que sim, embora tenha considerado “ajustes”. Para ele, do ponto de vista tecnológicos, o Brasil está muito bem, com soluções desenvolvidas e amplamente disponíveis.

Contudo, acredita haver necessidade de complementar com dois aspectos que, segundo ele, são fundamentais para equacionar e preparar a produção agropecuária brasileira para o desafio e para o futuro: a primeira é a necessidade de se criar Políticas Públicas para dar suporte ao produtor na implantação de sistemas de rastreabilidade do que será produzido, explicitando e conciliando as questões produtivas com conservação e manutenção dos biomas.

“Esse é um discurso muito forte na Europa atualmente e deve se intensificar, em breve, no mesmo grau de preocupação na América do Norte e na China,” previu. Por fim, Pianez também apontou a necessidade de se desenvolver mecanismos financeiros para o sucesso desse primeiro propósito. “Não é justo exigirmos isso somente dos produtores. É preciso haver mecanismos que os capacite a obter rentabilidade ao produzir de modo sustentável, apoio antes e durante o processo de intensificação da produção, da adoção de sistemas integrados, na busca de maior eficiência produtiva”, completou.

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