Arroba não para e boi gordo vai a R$ 290 em São Paulo

Tradicionalmente, negócios com boiadas iniciam o ano em passo lento, mas escassez de gado põe fogo no mercado pecuário

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Durante a semana, o mercado físico do boi gordo intensificou os movimentos de alta no preço da arroba, ainda influenciado fortemente pela oferta restrita de animais terminados, o que dificultou o avanço das escalas de abate dos frigoríficos. Assim, os poucos lotes ofertados ao mercado foram imediatamente absorvidos pelas indústrias, que não tiveram outra saída a não ser pagar valores mais altos pela matéria-prima.  

Boitel Chaparral, em Rancharia (SP), destinou 80% dos animais engordados para China. Foto: Arquivo Boitel Chaparral

Em São Paulo, o boi gordo chegou a R$ 285/@ (preço bruto e à vista), de acordo com levantamento da Scot Consultoria. “Animais que atendem à demanda externa são negociados em R$ 290/@”, destaca a consultoria. Nas praças do Mato Grosso, o bovino terminado vale R$ 270/@, à vista, acrescenta a Scot.


Na avaliação da IHS Markit, a disponibilidade de gado pronto para abater não mostra sinais de recuperação nas próximas semanas, uma vez que os confinamentos dispõem de lotes residuais e a oferta de gado terminado a pasto deverá chegar mais tardiamente ao mercado em função do atraso do período das chuvas, fato que prejudicou a pecuária extensiva em muitas regiões do País. “Alguns pecuaristas cogitam o manejo de gado para terminação no cocho, mas os altos preços das rações, puxados pelos preços do milho e da soja, torna essa ação pouco estimulante”, relata a IHS.

Ao mesmo tempo, as unidades de abate buscam garantir o mínimo abastecimento de suas plantas frigoríficas, uma vez que muitas indústrias iniciaram o ano com escalas de abate curtas e operando muito abaixo de sua capacidade instalada, observa a consultoria. No entanto, os frigoríficos ainda mostram preocupação em relação ao escoamento da carne bovina no mercado interno, ainda em ponto morto, devido ao quadro de pessimismo na economia brasileira e ao menor poder aquisitivo da população, agora sem o benefício do auxílio emergencial (medida lançada ano passado pelo governo federal para reduzir o impacto negativo ocasionado pela pandemia da Covid-19).

O ponto favorável para o setor pecuário é a continuidade do ritmo forte das exportações de carne bovina, favorecida pela demanda da China. “A carne bovina segue bastante demandada e com preços elevados no mercado externo”, destaca a IHS Markit. Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostraram que, nos cinco primeiros dias úteis de janeiro, a média diária exportada de carne bovina in natura ficou em 8,14 mil toneladas, 53,1% superior aos dados observados em janeiro do ano passado.

No atacado, os preços dos principais cortes bovinos permaneceram aparentemente estáveis. A oferta de mercadoria continua irregular, efeito das escalas falhas de abate das indústrias.

Sexta-feira mais fria

Nesta sexta-feira, 15 de janeiro, prevaleceu a atuação mais tímida por parte dos compradores de gado, resultando em queda no volume de negócios efetivados entre algumas praças, informa a IHS. “Frigoríficos se mostraram mais cautelosos nas suas compras uma vez que parecem não estar confiantes na manutenção de um bom nível de consumo no mercado atacado nos próximos dias”, relata a consultoria, lembrando que o período que abrange a segunda quinzena de mês é tradicionalmente o mais fraco para negócios, devido ao esgotamento dos salários de início do mês.

Além disso, as sucessivas altas nos preços da arroba no decorrer desta semana também permitiram uma aparente melhora na composição das escalas de unidades de abate entre algumas importantes praças pecuárias do País, o que trouxe uma certa acomodação as indicações de compra, avalia a IHS.

Melhoria dos pastos

Os elevados índices de chuvas neste mês de janeiro em boa parte das regiões pecuárias brasileiras têm devolvido vigor ao pasto e colaborado para terminação dos animais, informa a IHS. Tais lotes, porém, deverão entrar de forma mais significativa na etapa final do primeiro trimestre de 2021, prevê a consultoria.

Giro pelas praças

Apesar da menor liquidez de negócios no dia, os preços da arroba ainda tiveram fôlego para novas altas entre algumas praças do País. No Centro-Sul, destaque para as valorizações do boi gordo nos Estados do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais (veja ao final deste texto as cotações desta sexta-feira machos e fêmeas nas principais praças do País).

Em Minas Gerais e Goiás, as escalas de abate das indústrias estão mais críticas, posicionadas entre dois e três dias uteis, relata a IHS. Ao mesmo tempo, as plantas frigorificas correm para atender os seus compromissos para exportação e garantir o abastecimento para atender a demanda vigente.

No Mato Grosso, as dificuldades de compra de boiadas e o interesse maior de indústrias exportadoras permitiram novas altas na arroba. Nas demais praças do Centro-Sul, indústrias tiveram que recorrer a lotes de fêmeas, oferecendo valores maiores para obtenção de animais.

Entre as praças da região Norte do País, com oferta bastante tímida de animais de safra até o momento, os frigoríficos locais trabalham para garantir o preenchimento das escalas de abate para além do começo da próxima semana. No Norte, foram registradas altas nas indicações de compra em Tocantins e Rondônia.

Cotações desta sexta-feira (15/1), segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 271/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 271/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)

MS-C. Grande:

boi a R$ 269/@ (prazo)
vaca a R$ 254/@ (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 270/@ (prazo)
vaca a R$ 253/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 268/@ (prazo)
vaca a R$ 254@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 268/@ (prazo)
vaca a R$ 254/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 275/@ (prazo)
vaca a R$ 258/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 273/@ (à vista)
vaca a R$ 257/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 264/@ (à vista)
vaca a R$ 253/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca R$ 263/@ (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 261/@ (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 281/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)

MG-B.H.:
boi a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 271/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 266/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)

RS-Porto Alegre:

boi a R$ 264/@ (à vista)
vaca a R$ 255/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 264/@ (à vista)
vaca a R$ 255/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 268/@ (prazo)
vaca a R$ 261/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 266@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 270/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 272/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 261/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 263/@ (à vista)
vaca a R$ 253/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 271/@ (prazo)
vaca a R$ 256/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 266/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)

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