O boi gordo bateu R$ 218, a prazo, na praça paulista, nesta quinta-feira (25/6), dando continuidade ao forte e consistente movimento de alta da arroba registrado ao longo deste mês. Segundo apurou a Informa Economics FNP, há mais três semanas os preços do mercado pecuário vem sendo guiado pela conjunta de escassez de ofertas de boiadas terminadas, associada ao forte apetite dos compradores internacionais, sobretudo da China, que paga bons valores pelos cortes da carne bovina brasileira, permitindo que os frigoríficos exportadores ofereçam internamente prêmios ao chamado boi-China, que variam de R$ 10/@ até R$ 15/@.
Nesta semana, uma planta brasileira de Rondonópolis, MT, anunciou a paralisação temporária dos embarques à China, depois de contaminações de funcionários pela Covid-19. Não entanto, informa a FNP, tal ação não prejudicou – pelo menos por enquanto – o fluxo de vendas de carne bovina ao gigante asiático, disparado o maior cliente da proteína brasileira. “Grandes frigoríficos do País seguem com os embarques regulares e atendendo as diretrizes sanitárias para evitar paralisação das operações”, ressalta a FNP.
No atacado, o consumo de carne bovina se mantém enfraquecido, característico da última semana do mês, quando a maior parte da população dispõe de menor poder aquisitivo. No entanto, as cotações da carne se mantiveram firmes e estabilizadas nesta quinta-feira. “Não parece haver margens para ajustes nos preços da carne bovina, já que, com o consumo enfraquecido nos grandes centros urbanos, o escoamento da proteína para os atacados se mantém irregular, ao mesmo tempo que a oferta dos cortes também é restrita, em função do menor ritmo de abates nas indústrias”, avalia a FNP. O preço do sebo industrial subiu para R$ 3,20/kg nesta quinta-feira, informa a consultoria.
Preços Cepea
Na parcial deste mês (até o dia 24), o Indicador do boi gordo Cepea/B3 (à vista, Estado de São Paulo) registra alta de 7%, fechando a R$ 218,95 na quarta-feira. Segundo pesquisadores do Cepea, no geral, a manutenção dos preços do boi gordo em torno de R$ 200 ao longo deste primeiro semestre tem como sustentação a menor oferta de animais prontos para abate, além da aquecida demanda internacional.
A menor disponibilidade de animais no mercado doméstico, por sua vez, tem sido confirmada por dados oficiais sobre abate. Quanto às exportações de carne in natura, na parcial deste mês (até a terceira semana de junho), já somam 107,19 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). “Se o atual ritmo de embarques diário for mantido até o encerramento deste mês, as vendas externas podem totalizar 160 mil toneladas”, prevê o Cepea.
Giro pelas praças
Em São Paulo, os preços do boi gordo apresentaram novas altas nesta quinta-feira, de acordo com dados da FNP (veja quadro abaixo das cotações nas principais praças pecuárias). Nas regiões paulistas, os negócios se concentram em aquisições do boi “China”, animais jovens que atendem aos requisitos do mercado internacional.
No Mato Grosso, a arroba se valorizou entre algumas das principais praças do Estado, segundo a FNP. Diante da oferta restrita de boiada, a liquidez no mercado ainda avança de forma lenta e os frigoríficos exportadores tomam a frente nos negócios, elevando os valores oferecidos.
Em Belo Horizonte, MG, a dificuldade de compra de matéria prima promoveu novos ajustes positivos nas cotações nesta quinta-feira.
Na região sul de Goiás, os preços também subiram. A baixa disponibilidade de animais terminados dificulta o avanço das programações de abate e as indústrias de Goiás tiveram que aumentar os preços para conseguir preencher lacunas em suas escalas que, entre as plantas pesquisadas, estão formadas até o próximo domingo.
No Pará, diante da valorização da arroba acumulada ao longo dessa semana, os pecuaristas se mostraram mais ativos nos negócios hoje, apurou a FNP. Com o aumento relativo da oferta, os frigoríficos do Estado conseguiram fechar as escalas até os primeiros dias de julho.
Confira as cotações desta quinta-feira, 25 de junho, de acordo com a FNP:
SP-Noroeste: R$ 218/@ a (prazo)
MS-Dourados: R$ 204/@ (à vista)
MS-C. Grande: R$ 207/@ (prazo)
MS-Três Lagoas: R$ 207/@ (prazo)
MT-Cáceres: R$ 187/@ (prazo)
MT-Tangará: R$ 188/@ (prazo)
MT-B. Garças: R$ 191/@ (prazo)
MT-Cuiabá: R$ 185/@ (à vista)
MT-Colíder: R$ 180/@ (à vista)
GO-Goiânia: R$ 205/@ (prazo)
GO-Sul: R$ 203/@ (prazo)
PR-Maringá: R$ 207/@ (à vista)
MG-Triângulo: R$ 204/@ (prazo)
MG-B.H.: R$ 206/@ (prazo)
BA-F. Santana: R$ 207/@ (à vista)
RS-P.Alegre: R$ 205/@ (à vista)
RS-Fronteira: R$ 204/@ (à vista)
PA-Marabá: R$ 202/@ (prazo)
PA-Redenção: R$ 204/@ (prazo)
PA-Paragominas: R$ 204/@ (prazo)
TO-Araguaína: R$ 201/@ (prazo)
TO-Gurupi: R$ 199/@ (à vista)
RO-Cacoal: R$ 183/@ (à vista)
RJ-Campos: R$ 197/@ (prazo)
MA-Açailândia: R$ 197/@ (à vista)