Utilizando inteligência artificial e imagens de alta precisão, pacote tecnológico promete detalhado mapeamento aéreo de plantas daninhas em pastagens
Por Ariosto Mesquita
Imagine a possibilidade de identificar espécies de plantas invasoras em uma pastagem, quantificá-las e localizá-las com precisão, em área de até 5.000 ha por dia, a uma velocidade de varredura de até 200 km/hora. Mais ainda: receber um diagnóstico detalhado, receituário com sugestões de princípios ativos de herbicidas e projeções de custo das aplicações necessárias. Tudo isso deverá estar ao alcance do pecuarista brasileiro já em 2021, dentro de um único pacote tecnológico, que será validado em até 5.000 ha de pastagens de fazendas comerciais, nos Estados de Goiás, Mato Grosso e São Paulo.
O “pacote” compreende mecanismos de inteligência artificial, ferramentas de alta precisão espacial, uso de aeronaves em voos baixos e interpretação de dados. O núcleo do sistema é uma tecnologia batizada de AI2, da Taranis, empresa surgida como startup em 2015, em Israel, e hoje presente em 12 países, ofertando soluções de inteligência e precisão agropecuária. A tecnologia AI2 é capaz de registrar imagens a campo a partir de sobrevoos de aeronaves com definição de até 0,3 mm/pixel. Mesmo em movimento, o dispositivo permite diagnosticar uma mancha foliar, revelar e identificar uma planta invasora ou até um inseto em nível de solo.
O pacote tecnológico a ser oferecido aos pecuaristas brasileiros foi batizado de FlyUp e será viabilizado a partir de um acordo com a multinacional indiana UPL, que a oferecerá a seus clientes. Outra empresa – ainda em seleção/negociação – fechará a tríade, assumindo a responsabilidade pela interpretação dos dados coletados e pelo diagnóstico entregue ao pecuarista. Segundo dados citados pela UPL, entre janeiro e agosto deste ano, produtores brasileiros investiram R$ 60 milhões em defensivos no combate a infestações em 13,6 milhões de ha de pastagens.