Um grupo de membros da diretoria da Associação Brasileira de Angus (ABA) fez uma visita oficial à Embrapa Clima Temperado, na manhã do dia 7 de outubro, a fim de conhecer o plantel de animais da raça, que fazem parte do projeto de investimento genético à pesquisa agropecuária, que viabiliza estudos técnico-científicos entre as duas instituições.
Esta ação faz parte do contrato de cooperação técnica assinado recentemente na 44ª Expointer. A visita ocorreu nos campos da Estação Experimental Terras Baixas (ETB), localizada em Capão do Leão, RS.
Primeiro, o coordenador técnico da ETB, André Andres, fez uma apresentação institucional da Estação. E a seguir, o pesquisador e coordenador do Núcleo de Pecuária da Unidade de Pesquisas Jorge Schafhauser Jr. mostrou os lotes de animais em diferentes áreas experimentais.
“Mostramos primeiramente o desempenho desde o início da chegada dos exemplares na Estação Experimental, após mostramos um lote de animais próximo da parição de primavera, e outros três lotes, de animais prenhes com parição de outono, da raça Charolês cruzada com Angus, que fazem parte de uma avaliação de animais meio sangue do projeto”, explicou Jorge.
Ao percorrer o campo, o grupo de diretores da ABA recebeu uma listagem com todos os animais doados, identificando cada exemplar em seu lote, desempenho, período de prenhez, quando e de qual touro emprenharam as novilhas e quais os protocolos quimioprofiláticos foram utilizados para prevenção a Tristeza Parasitária Bovina (TPB).
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Segundo Jorge Schafhauser Jr., foi um momento de relato das atividades realizadas com o rebanho doado pela ABA à Embrapa, a apresentação do seu desempenho e também o levantamento de novas demandas do setor.
“A maioria dos animais estão prenhes, com início de parição programada para março de 2022, quando essas crias passarão a ser avaliadas dentro dos sistemas de ILP”, disse.
O diretor de Fomento da ABA, Mateus Pivatto, disse que é a primeira visita desde o início das tratativas da parceria, cujas ações estão ocorrendo há cerca de seis meses.
“Nossa satisfação está em ter um plantel experimental através desta parceria, que contou com a articulação e boa receptividade do Núcleo Sudeste de Criadores da raça Angus, e que trará resultados num âmbito nacional, mas com o desenvolvimento imediato para esta região, tendo ciência que os ciclos são longos para obtenção de resultados para pecuária de corte”, destacou.
Para ele, o importante é ver os animais da raça pertencendo a esta atividade, engajando produtores que investem e possuem tecnologia de ponta para produção pecuária da região.
“Pretendemos formar um Núcleo de 150 fêmeas Angus, registradas dentro da Embrapa, que depois irá seguir a produção do rebanho, fazendo genética e gerando novos conhecimentos”, disse.
A presidente do Núcleo Sudeste de Criadores da raça Angus, Claudia Ferreira Talavera Campos, disse que ao ver os animais doados ao estudo, adaptados ao ambiente dos campos experimentais da Embrapa e a apresentação de dados do seu desempenho, é uma forma de reforçar o potencial que a raça Angus.
“Fizemos toda a articulação com o grupo de criadores da raça que respondeu de maneira positiva ao projeto”, comentou.
No dia 8 de outubro, a Embrapa recebeu mais dez exemplares da raça, oriundos da propriedade de Clóvis Gonçalves, em Jaguarão. O Projeto já havia recebido 50 animais doados de Santa Vitória do Palmar. O estudo tem duração de cinco anos.