Austrália também vê na China um porto seguro para sua carne

Enquanto crescem os embarques australianos para o mercado chinês, vendas para os EUA sofrem forte recuo em abril

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Não é só o Brasil que comemora a volta recente – e triunfante – da China no comércio internacional de carne bovina. A Austrália, um tradicional exportador mundial (e concorrente do Brasil para alguns mercados compradores), registrou uma recuperação sólida nos embarques ao mercado chinês em abril, depois da queda de vendas em março devido a problemas em torno da Covid-19.

No total, o país da Oceania exportou 23.788 toneladas de carne bovina à China no mês passado, um pouco abaixo do volume do Japão, e quase 30% acima do volume vendido ao mercado chinês em março, informou o portal australiano Beef Central. Na comparação com abril de 2019, houve acréscimo de 15% dos embarques ao país asiático.


Supermercado chinês abastecido. Foto: divulgação

Fontes comerciais dizem que o número de abril contém alguma tonelagem residual de remessas feitas anteriormente, quando as exportações australianas destinadas à China foram temporariamente desviadas para outros destinos devido a dificuldades de liberação de portos relacionadas ao coronavírus, relata a Beef Central. “Aparentemente, algumas dessas remessas só chegaram ao destino pretendido original em abril”, acrescenta o portal.

No entanto, a demanda por carne bovina da China continua a se recuperar para mais perto do normal, após o dramático colapso de preços observado no final de dezembro do ano passado e também em janeiro de 2020, seguido pelos impactos mais amplos do mercado provocados pelo coronavírus.

O fim de algumas restrições de movimentação de pessoas em partes da China está incentivado o consumo de carne bovina fora dos lares, e a demanda de serviços de alimentação por carne bovina começa novamente a crescer, destaca o portal australiano.

No ano passado, a China comprou 79.900 toneladas de carne bovina australiana, 10% acima do volume registrado em 2018.

Dados gerais

As exportações totais de carne bovina da Austrália caíram um pouco em abril, mas não tanto quanto ao volume estimado por especialistas, relata a Beef Central.

“Grande parte da redução do volume exportado em abril pode ser explicada pelas taxas mais baixas de abate provocadas pela reconstrução do rebanho, após as chuvas de verão em grandes partes do leste da Austrália”, justifica o portal.

O volume total embarcado em abril, segundo dados do Departamento de Agricultura, atingiu 92.476 toneladas, queda de 2% em relação a março e baixa de 6,3% na comparação com abril de 2019.

Outros clientes

O Japão permaneceu o maior mercado importador da carne bovina australiana em abril, embora as vendas para esse mercado tenham sofrido desaceleração. Os importadores japoneses compraram 23.850 toneladas em abril, queda de 10% sobre março, mas 8% acima das vendas obtidas na época do ano passado.

No acumulado de janeiro a abril, as exportações ao Japão atingiram 92.600 toneladas, cerca de 5% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Em abril, os Estados Unidos compraram apenas 15.536 toneladas de carne australiana em abril, informa a Beef Central. Isso representou queda de 9% sobre março e retração de 28% em relação ao volume registrado em abril do ano passado.

Gôndola em supermercado americano. Foto: divulgação

Há um conjunto de razões relacionadas à Covid-19 para a redução nos embarques da Austrália, mas um dos principais fatores, dizem os analistas à Beef Central, é a mudança observada entre os consumidores, do serviço de alimentação ao varejo.

A carne magra congelada australiana que forma a maior parte das exportações da Austrália para os EUA é ideal para misturar com guarnições domésticas mais gordas dos EUA, para formar o hambúrguer ideal usado para operações de serviços de alimentação. Porém, à medida que os consumidores se voltaram fortemente para as compras de varejo de carne bovina, objetivando o consumo doméstico, os padrões de demanda mudaram. Os consumidores norte-americanos esperam que a carne moída que compram nos supermercados de varejo seja refrigerada apenas – e não congelada –, o que torna praticamente impossível o suprimento australiano.

No ano acumulado de 2020, as exportações para os EUA atingiram 67.900 toneladas, uma queda significativa de 15% em relação ao resultado obtido no quadrimestre de 2019. O abate de vacas mais baixo este ano na Austrália está contribuindo para essa tendência.

A Coréia do Sul, considerada modelo de contenção de COVID-19 em todo o mundo, está entre os mercados de exportação mais estáveis ​​da Austrália até agora em 2020, destaca a Beef Central. Os volumes embarcados em abril atingiram 12.704 toneladas, um pouco abaixo de março, mas 12% acima da quantidade observada em abril do ano anterior.

As exportações no acumulado de 2020 atingiram 48.700 toneladas, um pouco abaixo das 52.900 toneladas exportadas para o mesmo período do ano passado. Fonte: Beef Central, traduzido e editado por Dênis Cardoso.

 

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