Nos dez primeiros dias de junho, o mercado brasileiro do boi gordo mostrou um pouco do comportamento esperado para a arroba a partir do segundo semestre deste ano.
As ofertas mais apertadas de boiadas gordas e a redução nas escalas de abate, além da necessidade dos frigoríficos em cumprir os seus contratos fechados com os importadores de carne bovina, têm novamente fortalecido as cotações dos animais terminados.
É verdade que, em boa parte das praças, o boi gordo não subiu – mas também não caiu mais desde o começo desta semana.
Portanto, não se trata ainda de um avanço generalizado, mas, especialmente nos últimos dias, algumas regiões importantes já esboçam reações nos preços da arroba, após seguidas quedas computadas ao longo de maio/22.
É o caso das praças do interior de São Paulo, Estado que serve de referência para as demais regiões pecuárias.
“Com poucos negócios reportados, os compradores encerraram a semana ofertando R$ 1/@ a mais pelo boi gordo em São Paulo, sinalizando uma firmeza nas cotações para a próxima semana”, informa a Scot Consultoria.
Dessa maneira, no mercado paulista, a referência para o boi, vaca e novilha terminados está em R$ 298/@, R$ 272/@ e R$ 292/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), segundo a Scot.
A referência para o boi-China (abatido mais jovem, geralmente com idade abaixo de 30 meses) também aumentou, encerrando a semana apregoada em R$ 310/@, acrescenta a consultoria.
Nesta sexta-feira, 10 de junho, a Scot Consultoria detectou aumento no preço do boi gordo em 23 das 32 praças monitoradas. Nas regiões onde a arroba não subiu, os preços ficaram estáveis.
“Com volume de ofertas de boiadas reduzido e as escalas encurtando, os compradores encerraram a semana ofertando entre R$ 1/@ e R$ 2/@ a mais pelo boi gordo na maior parte das praças pecuárias”, ressalta a Scot.
Pelo levantamento da consultoria, nesta sexta-feira, o avanço mais acentuado ocorreu na região de Dourados, no Mato Grosso do Sul, onde a referência para as ofertas de compra do boi gordo subiu R$ 5/@ em relação ao dia anterior (9/6).
“Boas notícias trouxeram um reequilíbrio aos preços do boi gordo, cessando o viés negativo observado ao longo de maio”, relatam os analistas da IHS Markit ao fazer um balanço atual sobre o mercado pecuário.
Na avaliação da IHS, houve mudança na dinâmica de preços do boi gordo principalmente depois do fim das suspensões chinesas envolvendo algumas importantes unidades exportadoras do Brasil, pertencentes aos dois maiores frigoríficos brasileiros, a JBS e a Marfrig.
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No entanto, pelo menos por enquanto, a IHS Markit observa que o movimento de altas na arroba registrado nos últimos dias ainda não possui fôlego para alcançar os patamares de preços do boi gordo verificados no início de 2022, sobretudo ao longo do primeiro trimestre.
Porém, continua a IHS, a mudança de tendência nos preços trouxe maior estabilidade ao mercado, dando previsibilidade e liquidez aos negócios, resultando em maior segurança para os pecuaristas e frigoríficos.
“Neste momento, o movimento de ascensão nos preços do boi gordo ainda está concentrado nas regiões onde a oferta de animais é mais enxuta e também onde há uma maior concentração de indústrias que operam no mercado externo”, relata a IHS.
Futuro sobe – Os movimentos de alta do boi gordo também começam a ocorrer com maior força no mercado futuro do boi gordo.
“Os contratos negociados na B3 já iniciam movimentos altistas, refletindo a expectativa de uma considerável redução de oferta de gado gordo no segundo semestre, sobretudo a partir de setembro”, ressalta a IHS.
A consultoria destaca a redução de interesse este ano pela atividade de confinamento, prejudicado pelos “avanços nos custos de produção, que absorvem grande parte das margens operacionais, reduzindo significativamente a rentabilidade”.
Com menos gado terminado no cocho, a oferta de boiadas na segunda metade do ano deve contribuir para a durabilidade do movimento de alta da arroba, observam os analistas.
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Cotações máximas de machos e fêmeas desta sexta-feira, 10 de junho
(Fonte: IHS Markit)
SP-Noroeste:
boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 285/@ (à vista)
vaca a R$ 265/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 280/@ (prazo)
vaca a R$ 260/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 265/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 272/@ (prazo)
vaca a R$ 255/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 272/@ (prazo)
vaca a R$ 255/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 270/@ (prazo)
vaca a R$ 255/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 255/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 255/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 270/@ (prazo)
vaca R$ 265/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 275/@ (prazo)
vaca a R$ 265/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 270/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 265/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 270/@ (prazo)
vaca a R$ 255/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 260/@ (à vista)
vaca a R$ 250/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 330/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 330/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 262/@ (prazo)
vaca a R$ 252/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 262/@ (prazo)
vaca a R$ 252/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 270/@ (prazo)
vaca a R$ 245/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 265/@ (à vista)
vaca a R$ 255/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 250/@ (à vista)
vaca a R$ 240/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 280/@ (prazo)
vaca a R$ 272@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 2653/@ (à vista)
vaca a R$ 255/@ (à vista)