Nesta quarta-feira, 28 de abril, os pecuaristas brasileiros enfrentaram mais um dia de pressão negativa no mercado do boi gordo, mas, novamente, os frigoríficos não conseguiram sucesso na tentativa de derrubar bruscamente os valores da arroba – foram registradas quedas leves, envolvendo apenas poucas praças, predominando, assim, a estabilidade.
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“No geral, o mercado relata muita dificuldade para adquirir boiadas gordas abaixo do patamar de R$ 290/@”, relata a IHS Markit.
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, embora tenha crescido a oferta de boiadas em São Paulo, as cotações das três categorias para abate seguem estáveis.
O boi, a vaca e a novilha gordos estão cotados em R$ 312/@, R$ 290/@ e R$ 303/@, respectivamente, preços brutos e a prazo.
Para o bovino padrão exportação (abatidos jovens, até quatro dentes), os negócios nas praças paulistas saem ao redor de R$ 315/@, preço bruto e à vista, informa a Scot.
Apesar do avanço na oferta de animais terminados, a disponibilidade de gado ainda está muito aquém da média esperada para o período, observa a IHS.
“A recente melhora das escalas de abate dos frigoríficos só foi possível pelo baixo uso de capacidade instalada das indústrias”, justifica a IHS.
Segundo a consultoria, as indústrias frigoríficas de todo o País ainda tentam barganhar preços abaixo das máximas vigentes, visando capturar maior margem na próxima semana, período de maior demanda pela proteína, por conta do recebimento da massa salarial e das comemorações do Dia das Mães.
Da porteira para dentro, os pecuaristas seguem enfrentando grande dificuldade atualmente, devido aos altos custos de reposição e da nutrição.
“As condições de pasto desfavoráveis impactam as margens dos produtores e reforçam a necessidade de ofertar seus lotes de animais ainda não terminados ao mercado”, observa a IHS, acrescentando que as pequenas e médias propriedades demostram enorme dificuldade em lançar mão do confinamento ou de outros sistemas de engorda no cocho.
Na avaliação da IHS Markit, o segundo semestre do ano definirá de maneira significativa o rumo do mercado pecuário.
“No momento, apenas fazendas que trabalham com integração lavoura-pecuária (ILP) ou de grande porte conseguem atuar normalmente no mercado”, relata.
No front externo, abril apresenta o maior volume exportado de carne in natura no ano e a demanda internacional pela proteína brasileira não apresenta sinal de arrefecimento.
Giro pelas praças – Entre as principais praças pecuárias do Brasil, destaque para o Estado do Tocantins, onde as plantas exportadoras relatam grande dificuldade para adquirir novilhas, categoria mais demandada pelo mercado externo, informa a IHS.
Na região de Cuiabá, MT, as cotações do boi, da vaca e da novilha gordos caíram R$ 1/@ nesta quarta-feira, na comparação diária, relata a Scot Consultoria. De maneira geral, as três categorias para abate estão cotados em R$ 305/@, R$ 294/@ e R$ 296/@, preços brutos e a prazo, respectivamente.
Nas demais regiões do Mato Grosso (Norte, Sudeste e Sudoeste), o preço do boi gordo também recuou R$ 1/@, reflexo da melhora da oferta de boiadas. O boi gordo está sendo negociado em R$ 305/@ nas regiões Norte e Sudeste, e em R$ 306/@ no Sudoeste, informa a Scot.
Na região de Campo Grande, MS, também foram verificadas queda diária de R$ 1/@ para o boi, vaca e novilha, negociados em R$ 300/@, R$ 287/@ e R$ 294,00/@, respectivamente, considerando os preços brutos e a prazo.
Mercado atacadista – Os preços dos principais cortes bovinos mantiveram-se estáveis nesta quarta-feira, segundo apurou a IHS. Os estoques são regulares, suficientes para suprir o fraco consumo, portanto a procura dos varejistas por reposição é fraca, observa a consultoria.
A expectativa do mercado segue atenta para a próxima semana, quando há o recebimento de massa salarial e o mês do Dia das Mães, período de forte consumo, acrescenta a IHS Markit.
Cotações desta quarta-feira, 28 de abril, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 316/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 299/@ (à vista)
vaca a R$ 286@ (à vista)
MS-C. Grande:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 289/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 302/@ (prazo)
vaca a R$ 292/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 303/@ (prazo)
vaca a R$ 293/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 302/@ (prazo)
vaca a R$ 289/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 303/@ (à vista)
vaca a R$ 291/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 289/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 297/@ (prazo)
vaca R$ 285/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 297/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 286/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 307/@ (prazo)
vaca a R$ 293/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 303/@ (prazo)
vaca a R$ 291/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 286/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 293/@ (à vista)
vaca a R$ 279/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 293/@ (à vista)
vaca a R$ 279/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 293@ (prazo)
vaca a R$ 283/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 284/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 287/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 294/@ (à vista)
vaca a R$ 286/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 290/@ (à vista)
vaca a R$ 280/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 288/@ (à vista)
vaca a R$ 268/@ (à vista)