Boi gordo: preços perdem firmeza, refletindo o aumento de ofertas de boiadas terminadas a pasto

Na véspera do feriado religioso, cotações da arroba ficaram estáveis na maioria das regiões pecuárias; em São Paulo, o macho pronto para abate fechou a semana cotado em R$ 315/@, segundo a Scot Consultoria

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Nesta semana, diante do descompasso entre oferta e demanda, os preços da boiada gorda registraram recuos quase que generalizados entre as principais praças pecuárias do Brasil, informam os analistas da IHS Markit.

“Com o avanço do período de clima frio e seco pelas regiões pecuárias do País, além da aproximação da companha de vacina contra a febre aftosa (a partir de maio), muitos pecuaristas acabam sendo pressionados a liquidar lotes remanescentes terminados a pasto”, relata a consultoria.


Segundo a zootecnista Thayná Drugowick, analista da Scot Consultoria, a desova de final de safra, somada ao consumo lento no mercado doméstico, continua tirando a sustentação do boi gordo.

“No acumulado da primeira quinzena do mês, na média das 32 praças monitoradas pela Scot, o preço do boi gordo teve retração de 0,8%”, informa a analista.

Enquanto isso, do lado da demanda, as indústrias absorveram bem as ofertas de boiadas, avançando as suas escalas de abate em algumas regiões pecuárias.

Segundo a IHS Markit, neste momento, os frigoríficos brasileiros operam de maneira cadenciada, adaptando as suas escalas de abates diante de duas semanas seguidas de feriados nacionais.

“Alguns agentes já se retiraram das compras de gado, aguardando os resultados de vendas de carne para este fim de semana prolongado”, ressaltam os analistas.

O fluxo dos embarques de carne bovina ao exterior se mantém em volumes superiores ao ano passado para igual período e isso injetou uma maior confiança no setor produtivo durante os primeiros meses de 2022, observam os analistas.

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No entanto, embora os resultados das exportações de carne bovina seguem surpreendendo positivamente neste começo de ano (obtendo um recorde histórico no primeiro trimestre de 2022), os exportadores brasileiros passaram a ficar mais cautelosos depois da novas medidas de lockdown (contra o avanço de novas contaminações por Covid-19) adotadas pela China.

Além disso, os embargos temporários do governo chinês envolvendo algumas plantas frigoríficas brasileiras também trouxeram um clima de desconfiança entre os exportadores brasileiros.

Nas últimas semanas, os preços da carne bovina subiram consideravelmente no exterior, mas a forte desvalorização do dólar frente ao real também acendeu um sinal de alerta no setor de exportação, já que o produto brasileiro ficou menos competitivo lá fora.

O Brasil exportou de 48,15 mil toneladas da proteína nos primeiros seis dias úteis de abril, o que resultou numa média diária de 8,02 mil toneladas, um avanço de 27,9% em relação à média embarcada no mesmo mês do ano passado, quando ficou em 6,27 mil toneladas, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Quando comparado ao volume médio diário de embarque registrado em março/22, o ritmo de abril é 4,2% superior, informa a IHS.

De acordo com o fluxo registrado nos primeiros seis dias úteis de abril, o Brasil pode exportar em torno de 150 mil toneladas até o final deste mês (caso o ritmo atual persista), prevê a IHS.

Demanda interna patina – As indústrias também seguem pessimistas em relação ao mercado doméstico de carne bovina, que continua enfraquecido pelo baixo poder de renda do brasileiro, afetado sobretudo pelo avanço da inflação.

Porém, nas últimas semanas, as indústrias de carne bovina seguem de olho no atual movimento de alta nos preços das principais carnes concorrentes (frango e suínos), o que podem favorecer a busca por cortes bovinos, cujas cotações registraram estagnação na última semana.

“Essa estabilidade nos preços da carne bovina tende a garantir um fluxo minimamente adequado do escoamento, o que pode melhorar as margens operacionais das indústrias à medida que barganham preços menores pela boiada gorda”, relata a IHS.

Véspera de feriado – A quinta-feira (14/4) que antecede o feriado nacional registrou operações isoladas no mercado do boi gordo, com baixa liquidez nos negócios, apontam as consultorias do setor pecuário.

Segundo a IHS Markit, neste momento, os frigoríficos brasileiros operam de maneira cadenciada, adaptando as suas escalas de abates diante de duas semanas seguidas de feriados nacionais.

“Nesta quinta-feira, os agentes do mercado estavam ausentes das operações, tanto de compras quanto de venda de bovinos, condição que gerou um cenário de preços estáveis na maior parte das praças pecuárias cobertas pela IHS Markit”, destacam os analistas da consultoria.

De acordo com a Scot Consultoria, nas praças de São Paulo, referência para outras regiões pecuárias do País, boa parte dos compradores ficou de fora dos negócios, devido às escalas de abate confortáveis e ao feriado de “Sexta-Feira Santa” (período de baixo consumo de carne vermelha, em respeito ao feriado religioso).

Dessa maneira, apurou a Scot, o boi gordo fechou a semana negociado a R$ 315/@, a vaca gorda a R$ 279/@ e a novilha gorda a R$ 312/@ (preços brutos e a prazo).

Do lado de dentro das porteiras, muitos pecuaristas também aguardam melhores condições de preços para retornar aos balcões de negócios.

Na avaliação da IHS Markit, neste período inicial de entressafra, cresceu o volume de ofertas de boiada gorda em grande parte das regiões do País, o que deve dar sustentação ao cenário de baixa nos preços da arroba até pelo menos o final de abril.

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Neste dia 14 de abril, a IHS Markit registrou recuo diário nos preços do boi gordo na praça de Feira de Santana (BA), de R$ 290/@ para R$ 285@, e em Cacoal (RO), saindo de R$ 275/@ para R$ 270/@.

Também houve queda nos preços das fêmeas gordas nas praças citadas acima, de R$ 280/@ para R$ 270/@ e R$ 265/@ para R$ 260/@.

Segundo a IHS Markit, o período de estiagem nas regiões do Centro-Sul trouxe riscos de perdas de peso dos animais terminados, o que resultou em elevação a oferta de animais nas duas primeiras semanas de abril.

Cotações máximas desta quinta-feira, 14 de abril, segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

boi a R$ 332/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 280/@ (à vista)

MS-C.Grande:

boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 290/@ (à vista)
vaca a R$ 280/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 292/@ (à vista)
vaca a R$ 275/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca R$ 280/@ (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 305/@ (à vista)
vaca a R$ 280/@ (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 290/@ (prazo)

MG-B.H.:

boi a R$ 285/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 285/@ (à vista)

vaca a R$ 275/@ (à vista)

RS-Porto Alegre:

boi a R$ 340/@ (à vista)
vaca a R$ 310/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 340/@ (à vista)
vaca a R$ 310/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 285/@ (prazo)
vaca a R$ 275/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 283/@ (prazo)
vaca a R$ 275/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 285/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 285/@ (à vista)
vaca a R$ 270/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 260/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 295/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 280/@ (à vista)
vaca a R$ 260/@ (à vista)

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