Nesta quinta-feira, 16 de setembro, o mercado brasileiro do boi gordo seguiu em ritmo lento, com poucos negócios concretizados e ainda sob forte pressão baixista por parte dos frigoríficos.
Nas praças paulistas, as referências para o boi gordo e vaca gordas recuaram R$ 3/@ nesta quinta-feira, enquanto a novilha gorda sofreu baixa diária de R$ 4/@.
“A suspensão das exportações ao mercado chinês e o consumo fraco no mercado interno pressionam os preços”, informa a Scot Consultoria.
Com isso, hoje o macho terminado é negociado por R$ 302/@ no Estado de São Paulo, enquanto os negócios envolvendo a vaca e a novilha prontas para abater saem por R$ 285/@ e R$ 299/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).
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Segundo dados da IHS Markit, consultoria que acompanha diariamente o setor pecuário, houve queda generalizada nos preços do boi gordo e da vaca gorda ofertados nas principais praças brasileiras.
Foi o maior tombo diário da arroba bovina desde a confirmação, no início de setembro, dos dois casos atípicos de vaca louca no Brasil. “A especulação baixista ganhou força”, relata a IHS.
Os poucos e isolados negócios reportados nesta quinta-feira envolveram unidades de abate de médio e pequeno porte, que dirigem boa parte de sua produção ao mercado doméstico, informa a IHS.
“Muitos desses agentes buscam fechar negócios a valores mais baixos, já que a procura por gado segue fraca”, destaca a consultoria.
As grandes indústrias exportadoras continuam fora das compras de animais terminados e algumas unidades estudam a possibilidade de entrar em férias coletivas, acrescenta a IHS.
Do lado de dentro das porteiras, alguns pecuaristas tentam segurar a boiada terminada nas fazendas, à espera da reabertura do mercado chinês.
No entanto, para muitos produtores, os altos cultos da nutrição impossibilitam a engorda dos animais no cocho.
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Na B3, os preços futuros do boi gordo ampliaram os movimentos de alta para todos os vencimentos de 2021 no fechamento de quarta-feira.
No entanto, enquanto não há definição sobre o mercado da China, as cotações futuras seguem com volatilidade extrema, oscilando ao sabor das notícias e rumores do momento, destaca o analista Leandro Bovo, da Radar Investimentos.
“Este não é um momento recomendável de se montar posições especulativas, a não ser que você saiba exatamente o que está fazendo, os riscos que está correndo e tenha estômago para aguentar grandes oscilações”, afirma Bovo.
Cotações máximas desta quinta-feira, 16 de setembro, segundo dados da IHS Markit: