Boi gordo recua R$ 12,50 na primeira semana de outubro em SP e cotação vai a R$ 280/@, informa a Scot Consultoria

Luz no fim do túnel: a carne brasileira ficou mais barata, em dólar, no mercado internacional, o que pode estimular o avanço dos embarques a outros importadores, além da China, aponta o diretor da Radar Investimentos

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Mais uma semana se passou sem que houvesse nenhuma comunicação da China sobre a liberação das exportações brasileiras de carne bovina, relata o médico veterinário Leandro Bovo, sócio e diretor da Radar Investimentos.


“A cada dia que se passa sem notícias do parceiro que absorve mais de 60% de nossas exportações, maior é a pressão baixista que as indústrias conseguem impor no mercado físico”, afirma ele, acrescentando que, em São Paulo, “a referência dos negócios já está em R$ 280/@ e já existem indústrias abrindo preços de balcão abaixo dessa referência”.

Segundo dados apurados nesta sexta-feira (8/10) pela Scot Consultoria, na primeira semana de outubro, o preço do boi gordo nas praças paulistas acumulou desvalorização de 4,3%, ou R$ 12,50/@.

Especialmente nesta sexta-feira, os frigoríficos compradores de São Paulo encerraram a semana ofertando menos R$ 2/@ para o boi gordo, que fechou a R$ 280/@ (valor bruto e a prazo), informa a Scot.

Por sua vez, a vaca e novilha prontas para abater são negociadas a R$ 265/@ e R$ 282/@, respectivamente.

Segundo Bovo, em geral, as condições das programações de abate dos frigoríficos são bastante confortáveis e já existem indústrias que contam com contratos a termo com as escalas de outubro completas.

“Toda essa pressão baixista, aliada à alta recente do dólar (frente ao real), fez com que o preço do boi brasileiro caísse de forma ainda mais acentuada em dólares, nos colocando novamente no posto de boi mais barato do mundo entre os principais exportadores”, ressalta Bovo, que, mesmo com a ausência surpreendente de uma resposta da China em relação ao embargo ao produto brasileiro, enxerga uma luz no fim do túnel para os exportadores brasileiros.

“Com essa ‘promoção’ na carne brasileira, é muito provável que clientes antigos que não conseguiam comprar o nosso produto voltarão a entrar no radar das indústrias exportadoras, além de um possível aumento de volume destinado aos atuais parceiros comerciais”, diz Bovo.

Segundo Bovo, “a inflação de alimentos no mundo é uma realidade, o aumento nos custos de produção tem sido brutal” e, por isso, “com certeza os compradores não vão deixar passar a oportunidade de aproveitar a gôndola de carnes do supermercado do mundo em promoção”.

“O curto prazo ainda será tumultuado e, até que a concentração de saída dos bois confinados e o excesso de carne nas câmaras frias das indústrias tenha sido absorvido pelo mercado, a pressão baixista continuará grande, porém, no médio prazo dificilmente nossa arroba em dólares permanecerá tão baixa como a atual”, ressalta ele, acrescentando que ‘há luz no fim do túnel’; “no seu devido tempo ela ficará mais aparente, com China ou sem China”.

Na avaliação da IHS Markit, as indústrias frigoríficas aproveitam as escalas de abate acumuladas ao longo das últimas semanas, compostas por ofertas de lotes que seriam abatidos no final de setembro e oriundos dos boiteis, para se manter fora das compras, buscando preservar as suas apertadas margens operacionais.

Nesta sexta-feira, nos Estados de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, as quedas nas indicações de compra de gado foram mais acentuadas em função do número de plantas em férias coletivas e com abates reduzidos, informa a IHS.

“Os pecuaristas seguem à deriva no mercado. Suas margens são prejudicadas pelos elevados custos com nutrição, enquanto a demanda pelos seus animais é praticamente inexistente”, relata a IHS.

Ainda segundo avaliação da consultoria, a ponta vendedora virou refém de um cenário caótico.

“Há pecuaristas que afirmam já ter animais com mais de 140 dias no cocho e precisam dar saída aos lotes”, diz a IHS, acrescentando os elevados custos com alimentação não permitem segurar os lotes quando esses atingem o peso ideal para abate.

“Em alguns casos, pecuaristas entregam os animais antes mesmo de alcançarem o ponto de engorda, devido à baixa disponibilidade e altos preços de alguns tipos de ração”, ressalta.

Neste cenário, reforça a consultoria, apesar das tentativas dos pecuaristas em resistir à pressão baixista, as condições adversas das pastagens e os altos custos de volumosos e concentrados dificultam a manutenção da estratégia que visa a proteção de suas margens operacionais.

Em relação aos contratos futuros do boi gordo negociados na B3, todas as posições registram significativas variações negativas, ainda refletindo ausência da China, segundo a IHS.

Na sessão de quinta-feira, os contratos para outubro/21 e novembro/21 recuaram R$ 7,50 e R$ 6,85, respectivamente, para R$ 275,35/@ e R$ 284,30/@.

No atacado, a lentidão de negócios persistiu nesta sexta-feira, informa a IHS. “Distribuidores e varejistas continuam limitando o ritmo de compra e reposição de carne bovina, preocupados com a irregularidade das vendas”, observa a consultoria.

Neste contexto, os preços dos cortes do traseiro cederam nesta sexta-feira, ao passo que os demais se estabilizaram depois das quedas no dia anterior, segundo a IHS.

Exportações – Em relação às vendas externas, apesar da suspensão temporária da China, os embarques nacionais de carne bovina atingiram o maior volume mensal deste ano em setembro, visto que os processos de embarques não foram interrompidos, destaca a IHS.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no mês passado, o Brasil exportou 211,73 mil toneladas de carne bovina, desempenho 27,5% superior ao resultado de setembro de 2020.

No acumulado do ano de 2021 (jan-set), as exportações totais cresceram 2,1% sobre o mesmo período de 2020, atingindo 1,49 milhão de toneladas.

Segundo relembra a IHS, a China foi responsável por 59% da movimentação total da carne bovina brasileira, alcançando, no acumulado de janeiro a setembro deste ano, compras de 882,92 mil toneladas (5,3% acima de igual período de 2020).

Em segundo lugar, informa a IHS, vai para os EUA, que quase dobraram as compras da proteína brasileira em 2021 (jan-set), somando 77,35 mil toneladas, 90,5% maior que 2020.

Nos bastidores do mercado, diz a IHS, a expectativa é de que o embargo chinês deva ser retirado ainda nesta sexta-feira (8/10), com o término do feriado e redução dos estoques internos no país asiático. Porém, até o fechamento deste texto, no início da noite, não foi divulgado nenhum comunicado oficial em relação ao término no conflito comercial.

Cotações máximas desta sexta-feira, 8 de outubro, segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

boi a R$ 283/@ (prazo)
vaca a R$ 268/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 274/@ (à vista)
vaca a R$ 264/@ (à vista)

MS-C.Grande:

boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 268/@ (prazo)
vaca a R$ 261/@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 269/@ (prazo)
vaca a R$ 261/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 268/@ (prazo)
vaca a R$ 258/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 266/@ (à vista)
vaca a R$ 257/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 266/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 266/@ (prazo)
vaca R$ 263/@ (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 268@ (prazo)
vaca a R$ 261/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 286/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 266/@ (prazo)
vaca a R$ 259/@ (prazo)

MG-B.H.:

boi a R$ 271/@ (prazo)
vaca a R$ 261/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 282/@ (à vista)
vaca a R$ 274/@ (à vista)

RS-Porto Alegre:

boi a R$ 294/@ (à vista)
vaca a R$ 279/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 294@ (à vista)
vaca a R$ 279/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 271/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 268/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 273/@ (prazo)
vaca a R$ 268/@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 271/@ (à vista)
vaca a R$ 266/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 264/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 261/@ (à vista)

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