Com as programações de abate praticamente preparadas para atender ao consumo de carne bovina estimado para o período natalino, além do ritmo menor das exportações, a indústria frigorífica brasileira tiraram o pé das compras de boiadas. Dessa maneira, o frigorífico que ainda precisou adquirir lotes de animais terminados ofertou preços mais baixos pela arroba nesta terça-feira (15/12), informam a Scot Consultoria e a IHS Markit.
Em São Paulo, de acordo com o levantamento diário da Scot, o boi gordo teve novo recuo no comparativo diário, abrindo o dia com queda de R$ 3/@, para R$ 257/@, preço bruto e à vista. Para animais que atendem ao mercado externo, ocorrem negócios até R$ 5/@ acima dos preços atuais, acrescenta a consultoria. Nos primeiros 15 dias de dezembro, o valor do boi gordo acumulou retração de 6,6%.
Veja ao final deste texto os preços dos machos e das fêmeas desta terça-feira nas principais regiões de pecuária do País.
Segundo apurou a IHS Markit, há relatos de unidades de abate que não irão operar na semana de Ano Novo e só deverão voltar aos negócios em janeiro. “Em algumas regiões do País, há plantas frigorificas que conseguiram montar escalas de abate até o dia 30 de dezembro deste ano e outras com programações até o final da primeira semana de janeiro”, relata a consultoria, acrescentando que, dessa maneira, as indústrias terão oportunidade de acompanhar melhor o desempenho da demanda pela carne bovina no mercado interno.
Além de reduzir expressivamente a capacidade de abate, muitas unidades estão recebendo lotes contratados antecipadamente ou de confinamentos próprios, condição que contribui para que os frigoríficos reduzam a demanda por carregamentos mais urgentes e/ou de lotes maiores, observa a IHS.
Paralelamente, as vendas de carne no mercado doméstico apresentaram inconsistência e com volume abaixo das expectativas esperadas pelo setor (teoricamente, no fim do ano, há uma demanda mais intensa pelas proteínas de origem animal, sobretudo a carne bovina – protagonista dos tradicionais churrascos comemorativos).
Do lado da oferta, já se nota uma gradual redução da presença dos pecuaristas nos balcões de vendas de gado gordo, informa a IHS Markit. “Diante das quedas acumuladas nos preços da arroba, muitos produtores já vinham liquidando lotes terminados para atender os seus últimos compromissos em 2020”, relata a consultoria.
Giro pelas praças
Nesta terça-feira, os poucos reportes efetivados ainda envolveram pequenos carregamentos de animais prontos, mas que foram fixados a valores mais baixos. Nos Estados da região Centro-Sul do Brasil, algumas poucas indústrias trabalham para concluir o preenchimento das escalas de abate para o período entre Natal e Ano Novo. Tais compradores continuam testando negócios a valores mais baixos, informa a IHS.
Entre as praças pecuárias do Norte e Nordeste do país, a pressão de baixa esbarras na escassez de animais, sobretudo no Pará, Tocantins e Maranhão, visto que as variações na arroba foram tímidas nesta terça-feira.
Exportações em queda
As vendas ao exterior também mostram uma clara retração nos fluxos, efeito do menor apetite chinês e das recentes flutuações cambiais. Nos nove primeiros dias úteis de dezembro, foram embarcadas 58,72 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária de 6,5 mil toneladas, informa a IHS, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Trata-se de uma média diária 28,5% inferior ao mês passado e 7,9% abaixo da observada em dezembro/20.
Confira as cotações desta terça-feira, 15 de dezembro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 251/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 244/@ (à vista)
vaca a R$ 234/@ (à vista)
MS-C. Grande:
boi a R$ 246/@ (prazo)
vaca a R$ 236/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 246/@ (prazo)
vaca a R$ 236/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 244@ (prazo)
vaca a R$ 235@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 246@ (prazo)
vaca a R$ 236/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 244/@ (prazo)
vaca a R$ 237/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 245/@ (à vista)
vaca a R$ 235/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 243/@ (à vista)
vaca a R$ 233/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 251/@ (prazo)
vaca R$ 241/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 251/@ (prazo)
vaca a R$ 241/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 250/@ (à vista)
vaca a R$ 238/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 258/@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 260/@ (prazo)
vaca a R$ 250/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 256/@ (à vista)
vaca a R$ 245/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 252/@ (à vista)
vaca a R$ 237/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 252/@ (à vista)
vaca a R$ 237/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 251/@ (prazo)
vaca a R$ 244/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 248@ (prazo)
vaca a R$ 245/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 260/@ (prazo)
vaca a R$ 255/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 248/@ (prazo)
vaca a R$ 237@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 251/@ (à vista)
vaca a R$ 243/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 232 (à vista)
vaca a R$ 223/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 241/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 260/@ (à vista)
vaca a R$ 243/@ (à vista)