Boi recua, mas nem de longe lembra o recente movimento de alta

Na avaliação de analista da Radar Investimento, em São Paulo, dificilmente a indústria conseguirá derrubar a arroba para abaixo de R$ 250

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Com os mercados internacionais e nacionais praticamente abastecidos para o período de fim de ano, os preços internos do boi gordo seguem com tendência baixista, informam a Scot Consultoria e IHS Markit. Porém, tudo indica que, diante da atual situação de enorme escassez de oferta de animais, o valor da arroba não irá despencar nas praças pecuárias do País, preveem os analistas. “O alto custo da reposição e o ciclo pecuário em alta devem levar o pecuarista a resistir muito em vender seus animais abaixo dos R$250/@ em São Paulo”, observa o médico veterinário Leandro Bovo,  sócio diretor da Radar Investimento, com sede na capital paulista.

Nas últimas semanas, boa parte dos frigoríficos conseguiu obter um melhor posicionamento no preenchimento de suas escalas de abate por meio da redução da capacidade e realocação das programações diárias, sobretudo com a paralisação de algumas plantas, relata a IHS. Dessa maneira, os frigoríficos seguem testando preços menores para arroba. Assim, desde o fim de novembro, as indústrias estão vencendo a queda de braço com os pecuaristas, obtendo certa vantagem ao negociar a compra de boiadas.


Segundo levantamento diário da Scot Consultoria, nesta quinta-feira, em São Paulo, os frigoríficos ativos abriram o mercado derrubando as cotações do boi gordo mais uma vez. Na comparação diária, houve queda de R$ 3/@, para R$ 260/@, preço bruto e à vista. Os preços da vaca e da novilha gordas recuaram R$ 2/@, para R$ 246/@ e R$ 258/@, respectivamente.

Exportações mais fracas

A desvalorização do dólar frente ao real também reduziu um pouco a competitividade da carne bovina brasileira no exterior, o que contribuiu para um menor ritmo dos embarques neste período inicial deste mês e, consequentemente, um apetite menor das indústrias pela matéria-prima (boiada gorda).

Até a primeira semana de dezembro, o volume exportado de carne bovina in natura caiu 34,8%, comparado à média diária exportada em novembro último (8,38 mil toneladas), informa a Scot, com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Na comparação com a média de dezembro do ano passado, houve queda de 22,8% no volume embarcado diariamente. “Nas últimas semanas do mês, os preços da arroba do boi gordo podem se estabilizar, com compradores e vendedores fora do mercado. Cabe observar o movimento das exportações e o escoamento da carne no mercado interno”, observa a Scot.

Do lado da oferta, aos poucos, muitos pecuaristas vão se afastando do mercado, após terem liquidado os seus últimos lotes remanescentes. Dessa maneira, ressalta a IHS Markit, as negociações de animais terminados continuam a evoluir de forma cadenciada, “o que sugere que o mercado físico começa a mostrar sinais de acomodação nas indicações de compra”.

Preço Cepea

Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o fato de muitas unidades de abate estarem recebendo lotes contratados antecipadamente também contribui para que as indústrias “diminuam a demanda por lotes mais urgentes e/ou maiores”.  Na quarta-feira, 9, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 fechou a R$ 265,30, com forte queda de 6,5% na parcial de dezembro.

Giro pelas praças

Entre as regiões pecuárias do Centro-Sul, houve nesta quinta-feira tímidas variações negativas da arroba do boi gordo nos Estados de Minas Gerais, Goiá e Mato Grosso do Sul, de acordo com dados da IHS Markit.

No Triângulo Mineiro, as indústrias locais conseguiram programar as escalas de abate para até 28 de dezembro e agora estão fora das compras.

Em Goiás e Mato Grosso do Sul, as escalas de abate estão preenchidas até o final da próxima semana e indústrias testam novos negócios a preços mais baixos mesmo sem ter maior êxito nestas operações, informa a IHS.

Em São Paulo, relata a IHS Markit, a procura por boiadas é ditada por necessidade de compra de estruturas industriais de médio e pequeno porte. “Tais frigoríficos focam grande parte de suas aquisições em lotes de fêmeas, devido ao melhor giro de custo”, afirma a consultoria.

Na região Sul, apesar da estabilidade de preços, foi relatado uma grande pressão de baixa em lotes de boi gordo negociados no Paraná, onde há frigoríficos com escalas prontas até janeiro.

Na região Norte, as escalas de abate estão feitas até o dia 20, onde ambas as pontas estão ausentes, segundo informa a IHS.

Carne em queda no atacado

No mercado atacadista brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos registraram queda nesta quinta-feira, efeito do fraco fluxo das vendas nesta primeira quinzena do mês. As baixas nos preços das carnes concorrentes (frango e suínos), a forte redução no volume negociado com o exterior e as preocupações com a inconsistência do consumo doméstico trouxeram temores quanto a formação de estoques, informa a IHS.

Confira as cotações desta quinta-feira, 10 de dezembro, segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

boi a R$ 267/@ (prazo)
vaca a R$ 256/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 248/@ (à vista)
vaca a R$ 235/@ (à vista)

MS-C. Grande:

boi a R$ 250/@ (prazo)
vaca a R$ 237/@  (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 250/@ (prazo)
vaca a R$ 236/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 249@ (prazo)
vaca a R$ 240@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 251@ (prazo)
vaca a R$ 242/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 250/@ (prazo)
vaca a R$ 241/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 248/@ (à vista)
vaca a R$ 240/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 247/@ (à vista)
vaca a R$ 239/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 255/@ (prazo)
vaca R$ 245/@  (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 258/@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 255/@ (à vista)
vaca a R$ 241/@  (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 260/@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)

MG-B.H.:

boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 250/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 256/@ (à vista)
vaca a R$ 245/@ (à vista)

RS-Porto Alegre:

boi a R$ 255/@ (à vista)
vaca a R$ 240/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 255/@ (à vista)
vaca a R$ 240/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 252/@ (prazo)
vaca a R$ 241/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 251@ (prazo)
vaca a R$ 248/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 258/@ (prazo)
vaca a R$ 251/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 253/@ (prazo)
vaca a R$ 243@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 251/@ (à vista)
vaca a R$ 241/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 236 (à vista)
vaca a R$ 227/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 247/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 264/@ (à vista)
vaca a R$ 246/@ (à vista)

 

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