A disputa entre frigoríficos e pecuaristas se intensificou nesta semana, gerando fortes ajustes positivos sobre as cotações do boi gordo, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
Em São Paulo, desde o início da semana a referência do boi gordo teve valorização de R$ 24,50/@, fechando o período a R$ 292/@ (valor bruto e a prazo), segundo dados da Scot Consultoria.
Por sua vez, os preços da vaca e da novilha prontas para abater subiram R$ 19,50/@ e R$ 24/@, respectivamente, ao longo desta semana, no mercado paulista, atingindo R$ 270/@ e R$ 282/@ (preços brutos e a prazo).
Na média das 32 praças pecuárias monitoradas pela Scot Consultoria, a alta do boi gordo durante a semana foi de R$ 13/@.
Para o curto prazo, o mercado brasileiro deverá manter a tendência de valorização na arroba, estimulada pela baixa oferta de animais terminados e pela procura mais intensa por parte dos frigoríficos.
Segundo a IHS Markit, a segunda semana do mês do mês de novembro foi marcada pela consolidação de um forte movimento de alta nos preços da arroba nas principais praças pecuárias do País.
“A intensificação da busca por boiada gorda por arte dos frigoríficos, associada um quadro de oferta restrita, resultou em forte valorização dos animais prontos para abater”, relata a IHS.
Apesar da ausência de novidades com relação ao retorno dos envios de carne bovina brasileira à China, o suporte nos preços reflete o encurtamento nas escalas de abate dos frigoríficos e uma resposta positiva dada pelo consumo doméstico de carne bovina, estimulado sobretudo pela reabertura do comércio (após o avanço da vacinação contra a Covid-19) e pela entrada dos salários no início do mês.
Do lado de dentro das porteiras, muitos pecuaristas passaram a reter ofertas de boiadas, para estimular novos avanços nas cotações da arroba, observa a IHS.
“Depois de liquidar grande parte dos animais que estavam no cocho, os lotes que não haviam alcançado o peso ideal para abate foram realocados aos pastos”, informa a IHS, lembrando que grande parte das regiões de pecuária foram favorecidas pelos elevados volumes de chuvas registrados nas últimas semanas.
O foco dos produtores é tentar barganhar preços maiores visando mitigar prejuízos gerados pelas quedas acentuadas da arroba nos dois últimos meses, esclarece a IHS Markit.
Embora haja certa cautela por parte da ponta compradora, as vendas de carne bovina vêm apresentando recuperação no mercado doméstico e, ao mesmo tempo, as exportações também dão sinais de retomada, mesmo ainda sem contar com a volta dos chineses.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume médio de carne bovina in natura exportada pelo Brasil na primeira semana de novembro foi de 5,27 mil toneladas por dia, um avanço de 28,1% frente à média de outubro passado.
No entanto, o desempenho está 37,2% inferior ao registrado em novembro de 2020, quando a China estava muito presente nas compras do produto brasileiro.
No atacado, os preços dos principais cortes bovinos subiram nesta semana. As vendas se mostraram ativas e regulares a ponto de permitir alta nas cotações, informa a IHS.
A maior liquidez no atacado reflete um quadro de oferta mais regulada e consistência no varejo, sobretudo com a entrada da massa salarial.
Abates recuam – Em setembro de 2021, os frigoríficos brasileiros abateram 1,91 milhão de cabeças, retração de 25,6% frente ao número de bovinos abatidos em setembro do ano passado, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Essa queda ocorreu depois de uma franca evolução dos abates, impulsionados pelo forte ritmo das exportações, que culminou no maior volume do ano de 2021, em agosto, quando as indústrias abateram pouco mais de 2,50 milhões de bovinos.
Nos dois últimos meses (setembro e outubro), as unidades de abate deram férias coletivas e reduziram drasticamente a capacidade operacional das plantas com foco em adequar a produção à demanda.
“O ‘cavalo de pau’ dado pelo setor gerou prejuízos e desarranjos”, relata a IHS.
No ano de 2021, o número preliminar do IBGE aponta para o abate de 20,57 milhões de bovinos entre janeiro a setembro, retração de 8,6% frente ao mesmo período de 2020.
Cotações máximas desta sexta-feira, 12 de novembro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 286/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 294/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 278/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 278/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 256/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 257/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 266/@ (prazo)
vaca a R$ 255/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 266/@ (à vista)
vaca a R$ 253/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 267/@ (à vista)
vaca a R$ 255/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 285/@ (prazo)
vaca R$ 266/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 291/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 271/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 284/@ (à vista)
vaca a R$ 274/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 297/@ (à vista)
vaca a R$ 282/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 297/@ (à vista)
vaca a R$ 282/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 268/@ (prazo)
vaca a R$ 258/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 268/@ (prazo)
vaca a R$ 253/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 271/@ (prazo)
vaca a R$ 259/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 273/@ (à vista)
vaca a R$ 264/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 271/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 271/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 266/@ (à vista)
vaca a R$ 246/@ (à vista)