Novas descobertas na precocidade sexual mostram que a DEP de Probabilidade de Parto Precoce deve encabeçar lista de prioridades na seleção de fêmeas e também a nutrição na fase pré-desmama
Por Carolina Rodrigues
No final de 2019, o criador Gabriel Seraphico Peixoto, selecionador de Nelore há quase três décadas na Fazenda Bacuri, em Barretos, SP, procurou a ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores) preocupado com as DEPs de precocidade sexual do seu rebanho. A dúvida era se essas DEPs, hoje numerosas no Programa Nelore Brasil, serviam, de fato, adequadas para identificar fêmeas precoces a cada safra, já que, mesmo com a genética precoce introduzida de forma sistêmica na fazenda ao longo de 20 anos, era grande a proporção de novilhas bem avaliadas na característica que não emprenhavam quando desafiadas precocemente. Exatos 48%.
Com o questionamento em mãos, a ANCP iniciou um estudo com 613 novilhas Bacuri, para entender porque a genética validada pelas DEPs não se expressava de forma direta no fenótipo dos animais. A entidade fez uma análise comparativa entre as fêmeas que emprenharam e as que ficaram vazias nos últimos quatro anos, correlacionando diferentes DEPs ponderadas no programa de melhoramento para discriminar as variáveis que mais haviam impactado a expressão da precocidade.
A constatação, já esperada, foi de que, dentre as quase 20 DEPs consideradas no estudo – relacionadas a características de crescimento, habilidade maternal, fertilidade, carcaça e escores visuais –, aquela que mais aumentou a probabilidade da fêmea emprenhar precocemente, manter a gestação e parir um bezerro até 30 meses de idade foi a Probabilidade de Parto Precoce (3P). Na sequência, vieram as DEPs de acabamento de carcaça e peso aos 365 dias (crescimento pós-desmame), porém, sem efeito estatístico considerável.