Com 34,86 milhões de hectares, o Brasil apresentou a maior área plantada com soja transgênica do mundo em 2018, segundo relatório do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações de Agrobiotecnologia (ISAAA). O país ultrapassou por pouco os EUA, com 34,09 milhões de hectares plantados.
O estudo monitorou lavouras transgênicas em 26 países que, juntos, cultivaram 191.7 milhões de hectares – aumento de 1% em relação a 2017. No Brasil, a área total com transgênicos ficou em 51,3 milhões de hectares, sendo 15 milhões de hectares com milho transgênico, 1 milhão de hectares com algodão e 400 hectares com cana.
Segundo o estudo, a taxa de adoção de transgênicos no Brasil é de 93%, considerando as quatro culturas para as quais essa inovação está disponível (soja, milho, algodão e cana-de-açúcar). Ao olhar separadamente para cada uma delas, ela chega a 96% na soja, 89% para o milho e 84% para o algodão. No caso da cana, 2018 foi o primeiro ano em que os produtores contaram com a tecnologia.
“A novidade merece destaque, pois a cana geneticamente modificada é resistente a insetos e representa uma solução tecnológica para o controle da praga mais devastadora da cultura, a broca-da-cana, causadora de prejuízos de até R$ 5 bilhões por ano”, ressalta a doutora em biologia molecular e diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani.
Panorama mundial
Se considerada a área total com transgênicos, o Brasil ainda é o segundo maior usuário da tecnologia, atrás dos EUA, com 75 milhões de hectares plantados. Em terceiro lugar ficou a Argentina com 23,9 milhões de hectares, Canadá (12,7 mi de hectares) e Índia (11,6 milhões de hectares). Juntos, os cinco países responderam por 91% da área plantada com sementes transgênicas em 2018.
“A larga adoção reflete a satisfação dos agricultores com essa tecnologia, uma vez que ela traz mais proteção para a lavoura e mais flexibilidade para o agricultor, devido a um manejo facilitado.”, avalia Brondani.