A recente abertura do mercado japonês para importação de carne do Uruguai pode ser vista com bons olhos pela cadeia produtiva do Brasil. De acordo com a analista de mercado Lygia Pimentel, da Agrifatto, a medida pode facilitar um possível futuro acordo com o Brasil, uma vez que o status sanitário do Uruguai é o mesmo que o do Brasil: livre de aftosa com vacinação.
“O Japão é reconhecido por ser um mercado extremamente rigoroso e, até então, nunca aceitado nenhum fornecedor de carne bovina ou suína de países que vacinam seus animais contra febre aftosa. Essa ruptura pode representar um grande passo para o Brasil”, destacou a analista.
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Além das exigências sanitárias, o mercado japonês também é reconhecido por ser altamente remunerador e consumir carnes premium. “Esse tipo de carne ainda não é o principal foco do Brasil no mercado externo, mas não deve ser muito difícil de abastecer esse mercado, já que temos diversos programas de carne de qualidade que se encaixam nesse perfil”, acrescentou Lygia.
Outro importante aspecto ressaltado é a iminente reabertura do Estados Unidos para a carne bovina in natura do Brasil, que deve ocorrer em breve, conforme já foi noticiado pelo Portal DBO, que também facilitaria a entrada da carne brasileira no mercado japonês.
De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Japão é o atual terceiro maior importador de carne bovina do mundo. Em 2018, a projeção era que o país asiático importasse 850 mil de toneladas de carne em equivalente-carcaça.