Australianos enxergam Brasil dobrando o confinamento nos próximos cinco anos
Por Danilo Grandini – Zootecnista, com pós-graduacão em análise econômica, e diretor de marketing da Phibro para o Hemisfério Sul (Austrália, África do Sul, Argentina e Brasil).
Antes de mais nada, é Brazil com “Z” mesmo. Escolhi usar a palavra em inglês para dar uma pista de onde veio a frase. Ela foi extraída do artigo Brazil moves ahead in global beef exports, publicado dia 24 de setembro deste ano, pela Meat and Livestok Australia (MLA), uma das maiores entidades de carne do mundo. Esse artigo traz pontos muito interessantes e alguns deles nos leva crer que os estrangeiros nos veem de forma melhor do que nós mesmos.
O cenário atual – enfraquecimento da nossa moeda frente ao dólar, consumo interno represado, redução do rebanho suíno em nível global (febre suína africana), parque industrial (frigorifico) atomizado e competente, maior maturidade e crescente internacionalização do setor, domínio tecnológico e persistentes ganhos em produtividade animal, rebanho acima de 200 milhões de cabeças e potencial de melhorias produtivas, além de distorções trazidas pela COVID 10 – tem reflexos profundos e imediatos na conjuntura do setor.
O fato é que, mesmo o Brasil tendo acumulado uma redução nos abates ao redor de 10% até este momento, deverá, em 2020, exportar cerca de 2,5 milhões de toneladas equivalente carcaça (teq), o que representará 24% do total de carne bovina comercializada internacionalmente. Para 2021, a previsão é de que sejam exportadas 2,7 milhões teq, um crescimento de 8% em relação a 2020.