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Cadê a mão de obra que estava aqui?

Embrapa aponta risco de “apagão” até 2040, mas solução para o problema pode estar nas mãos do produtor, que precisa oferecer atrativos para manter o trabalhador no campo.

Por Renato Villela

Habituados às dificuldades específicas da atividade pecuária, os produtores estão se deparando, na última década, com um desafio estrutural além dos limites da porteira: a escassez de mão de obra, que vai do vaqueiro ao capataz, do tratador ao gestor das grandes fábricas de ração nos confinamentos. Este movimento se intensificou nos últimos anos, a ponto de ser classificado como um “apagão iminente” e constar entre as 10 megatendências do setor até 2040.

No pós-guerra, o Brasil ainda era um país eminentemente rural, mas o processo de industrialização e a ocupação do Oeste nas décadas subsequentes gerou forte onda migratória. Em 1970, 55,8% dos brasileiros já viviam em cidades e esse percentual continuou crescendo, atingindo quase 85% nos dias atuais, se consideradas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consequentemente, a mão de obra disponível para condução das atividades agropecuárias decresceu muito, gerando grande preocupação no setor.

Pesquisa coordenada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra que o número de pessoas ocupadas no Complexo Agro (que inclui produção, indústrias, insumos, serviços etc) até aumentou entre 2012 e 2022, mas sofreu redução importante na atividade agropastoril. Caiu de 10,2 milhões para 8,6 milhões de pessoas, 15,6% a menos.

“No Brasil e no mundo, as empresas enfrentam dificuldades para encontrar mão de obra, o que está impulsionando a automação e criando novas demandas. Além do desafio quantitativo, temos o qualitativo. Profissionais capacitados são raros”, afirma Guilherme Malafaia, coordenador do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne), da Embrapa.

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