Pelos dados recentes do 2º levantamento da Conab, neste ano de 2019, deverão ser colhidas cerca de 50,92 milhões de sacas do café, sendo 36,98 do Arábica e outras 13,97 do Conilon. Arábica produzindo 22,1% a menos que em 2018 e o Conilon apenas 1,7%.
Falando da riqueza
Em 2018 foram produzidas 61,65 milhões de sacas, das quais foram exportadas 31,52, sendo 29,04 do Arábica e 2,48 do Conilon. Faturamento de 5,25 bilhões de dólares. Exportação para nada menos que 123 países. Pobreza cá, riqueza lá.
Empobrecimento
Os cafeeiros se alimentam de nutrientes, ar e água. Análise dos grãos e da casca de 1 saca de café revela a seguinte composição em gramas por quilo (g/kg). Em percentagem, o quanto de cada nutriente está nos grãos e na casca. Pode-se observar também o quanto de nutrientes está em 30 sacas, em 29 milhões de sacas exportadas, em 30 milhões de sacas consumidas no mercado interno e o contido em 61,65 milhões de quilos de casca geradas no benefício.
Com base nos dados acima, podemos fazer algumas continhas. Uma delas é transformar os quilos de nitrogênio contidos nas 29 milhões de sacas exportadas em ureia que contém 45% de nitrogênio. Dá simplesmente 66.000 toneladas e nas 30 milhões de sacas consumidas no mercado interno cerca de 68.000 toneladas. Fazendo outros cálculos, para os demais nutrientes vamos poder descontar, dos 5,25 bilhões de dólares o valor dos nutrientes exportados e consumidos no mercado interno. Cofre furado.
Desperdício
Grãos são consumidos no mercado interno e exportados. Os 30 milhões de sacas consumidas no mercado interno são torrados, moídos e tomados em diversas modalidades de cafezinho. Seja qual for a apresentação do produto final, sobra pó que vai, quase na sua totalidade, para os lixões;
Na tabela abaixo com dados do Prof. E. Malavolta (folhas, grãos e casca) e os da bebida e do pó do Ribersolo – SP podemos ver o quanto é extraído dos micronutrientes em miligramas por kg – mg/kg que são consumidos quando ingerimos a bebida, ou desperdiçado quando não aproveitamos corretamente a casca, e quando jogamos o pó no lixo.
Concluindo
Sendo o café a segunda bebida mais consumida no mundo atual, sendo a maior produção a brasileira, os preços internacionais atuais estão próximos do custo de produção, deveríamos aproveitar a crise para vender nosso café como alimento, dar destino mais nobre à palha residual do benefício e transformar o pó em adubo.
Café desperta, pudera, contendo tudo isso!