As exportações de carne bovina dos EUA aumentaram significativamente nas últimas semanas, na esteira do veto temporário aos embarques da Argentina, decisão tomada recentemente pelo governo, visando conter o quadro inflacionário no país.
Durante a segunda e terceira semana de maio/21, o país norte-americano registrou um incremento de 29% nas exportações semanais de carne bovina, informa o consultor Yago Travagini.
“Com a Argentina impondo uma barreira de venda externa para a sua carne bovina, cerca de 7,5% do comércio global de proteína bovina ficou “interrompido” durante um mês”, acrescenta.
Com isso, continua o analista, a busca por alternativas já começou a ocorrer, e os EUA são os primeiros a “surfa nesta onda”, sobretudo em relação ao mercado chinês.
As vendas líquidas da proteína bovina norte-americana à China, que detinha na Argentina seu segundo principal fornecedor, aumentaram 197% em comparação com o que vinha sendo registrado durante o ano de 2021, observa Travagini.
Somente nas duas últimas semanas, os EUA venderam 18,20 mil toneladas de proteína bovina ao mercado chinês.
Antes dessas duas semanas, os norte-americanos demoravam em média de quatro a sete semanas para conseguir vender 18 mil toneladas de proteína bovina à China, compara o analista.
“Agora, sem a Argentina, os EUA é um dos principais fornecedores em potencial que o gigante asiático ainda não explorava”, ressalta ele.
Historicamente, a China importa mais carne durante o segundo semestre do ano, o que deixa indício de que as compras poderão aumentar ainda mais nos próximos meses. “O Brasil precisará ficar atento, caso queira surfar também neste vácuo deixado pela Argentina”, destaca Travagini.