Tecnologia busca restaurar lesões ovarianas em fêmeas submetidas ao uso intensivo de aspirações foliculares
Por Denis Cardoso
A perda de fertilidade de vacas de alto potencial genético é uma realidade enfrentada pelas fazendas brasileiras que utilizam largamente a técnica da Fertilização in Vitro (FIV), pois foi comprovado cientificamente que o uso intensivo de aspirações foliculares intraovarinas (OPU) – técnica auxiliada por ultrassom e que consiste na coleta de oócitos diretamente do ovário – pode resultar em lesões ovarianas que acabam comprometendo a capacidade reprodutiva das doadoras de embriões.
Diante desse problema, muitas propriedades têm lançado mão da terapia com células-tronco mesenquimais (CTM), visando garantir a produção permanente de óvulos de boa qualidade, elevando, assim, o número de embriões in vitro produzidos em laboratório.
“Como qualquer sistema de biópsia baseado em agulha (instrumento utilizado na aspiração de óvulos), essas coletas inevitavelmente causam traumas ao tecido ovariano, resultando em inflamações, fibroses, entre outras patologias”, relata o médico veterinário Maurício Peixer, sócio e gestor da Bio Reprodução Animal, de Brasília (DF), uma das empresas líderes na aplicação da biotecnologia com células-tronco.
Em linhas gerais, continua Peixer, a injeção contínua de células-tronco no ovário das doadoras contribui para a recuperação e a melhora da qualidade do ambiente onde estão os folículos ovarianos e os tecidos lesionados, o que pode possibilitar a restauração plena da capacidade reprodutiva das matrizes.