Cenário continua promissor para o pecuarista que investe em tecnologia

Conclusão é do engenheiro agrônomo Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro e coordenador da décima edição do "Rally da Pecuária", que este ano foi totalmente digital

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Por Moacir José, especial para o Portal DBO

A queda na produtividade ‒ causada por uma série de fatores, incluindo os efeitos danosos da pandemia do novo coronavírus ‒ é pontual e deverá ser revertida nos próximos anos, inclusive com aumento no nível de investimento por parte dos pecuaristas.


Essa é a principal conclusão do “10º Rally da Pecuária”, levantamento promovido pelas consultorias Athenagro e Agroconsult em expedição por fazendas de pecuária de corte brasileiras, interrompida em 2020.

No formato de 2021, totalmente digital, as pastagens foram analisadas com base em imagens de satélite, informações de centros de pesquisa e institutos de estatísticas, vistorias e dados históricos da expedição.

O levantamento teve início em 27 de outubro e terminou em 14 de dezembro. A organização do Rally manteve os encontros com os pecuaristas, só que, desta vez, por meio de plataformas de videoconferência e eventos pela internet. Foram seis eventos regionais e seis oficinas técnicas on-line, abrangendo produtores de 14 estados, e respondidos 210 questionários, a partir dos quais a consultoria montou o levantamento.

Os dados, como de costume, foram apresentados por Maurício Palma Nogueira ‒ diretor da Athenagro e coordenador do Rally ‒, em coletiva de imprensa virtual realizada na tarde deste 15 de dezembro, com a participação de representantes das empresas patrocinadoras da expedição (Banco Santander, Ihara, Mosaic Fertilizantes e Zoetis).

A produtividade na amostra de produtores que fazem ciclo completo na atividade (cria, recria e engorda) foi de 10,75@/ha/ano, ante 12,81@/ha registradas em 2019, até então o maior número da série histórica do levantamento. Segundo Maurício, essa queda de 16% se deveu a uma série de fatores, como problemas climáticos e custos de produção mais elevados.

Mesmo assim, a produtividade do público do Rally vem registrando crescimento anual de 5,7%, ante apenas 2,3% na produtividade média da pecuária brasileira, que ainda patina na casa das 4@/ha/ano.

“A tendência é de retomada do crescimento nos próximos anos”, diz Maurício Nogueira. Segundo seus cálculos o público do Rally investiu R$ 13 bilhões ao ano em tecnologia, no período de 2011 a 2020, cifra que deve dobrar em 2025. “A estimativa é feita calculando-se a demanda por carne tanto no mercado interno como no externo”, explica. “Ou seja, a expectativa é positiva para investimento em pacote tecnológico”, resume.

Segundo ele, o produtor deve investir entre R$ 800 e R$ 1.500/ha para cada arroba/hectare/ano em aumento de produtividade.

Pastagens em melhor estado – Um dos principais indicadores desses investimentos é o da reforma e recuperação de pastagens, que vêm elevando o nível de qualidade da principal fonte de alimento do gado.

Pastagens de ótima qualidade registraram crescimento de quatro pontos percentuais (24% em 2019 para 28% em 2021); as de boa qualidade se mantiveram em 28% de participação e as de média qualidade cresceram de 32% para 35%, enquanto as de baixa qualidade decresceram de 12% para 6%.

O pior nível – de pastagens com elevado grau de degradação – aumentou apenas um ponto percentual, de 3% para 4%. Estes dois últimos níveis são justamente os que necessitam, respectivamente, de recuperação e reforma.

Uma das técnicas utilizadas para a recuperação/reforma de pastagem é a integração lavoura-pecuária, que, ao melhorar a qualidade nutricional dos pastos, contribui duplamente para outro tema importante atualmente: as ações de mitigação da emissão de gases de efeito estufa.

VEJA TAMBÉM | DBO Entrevista | Os desafios da expedição que completa uma década na estrada

Além de reduzir a emissão de gás metano por parte dos animais, um pasto de melhor qualidade retém (“sequestra”) mais CO2 do solo (3.660 kg de retenção/ano ante 3.000 kg/ano de emissão de um pasto degradado, segundo levantamento da Embrapa).

Em 2021, o público do Rally estimou área de ILP de 12,37%, mais que o dobro dos 6% apontados no levantamento de 2019. Maurício Nogueira pondera que esse número pode estar um pouco superdimensionado, uma vez que a estimativa de uso da técnica no Brasil estaria na casa dos 8% (12,2 milhões de hectares, de um total de 153 milhões de hectares de pastagens exclusivas em uso).

“De qualquer maneira, é uma ótima notícia. Se toda a pecuária brasileira estivesse no nível tecnológico no qual se encontra o público do Rally, o Brasil conseguiria reduzir suas emissões em 50%, bem mais do que os 30% que a COP-26 estabeleceu para a pecuária mundial”, imagina.

O diretor da Athenagro estima que 67,5 milhões de hectares necessitarão de recuperação num prazo entre um e quatro anos, enquanto 5,9 milhões de hectares precisam ser reformados.

Concentração nas vendas – Outra constatação do Rally, já observada anteriormente, é que o aumento da produtividade tem promovido um efeito de concentração na comercialização de animais.

Quem tem produtividade na faixa de 3@ a 6@/ha/ano respondeu por apenas 10% da comercialização total de arrobas, enquanto quem tem produtividade acima de 60@/ha/ano respondeu por 37%.

Somadas as três faixas imediatamente anteriores (38@ a 60@, 26@ a 38@ e 18@ a 26@/ha/ano), conclui-se que um grupo de 15% de pecuaristas respondem por 58% da comercialização.

Confira AQUI mais informações sobre o Rally da Pecuária

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