Nesta quarta-feira (30/9), a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China (GACC) informou que uma carga de carne bovina originada na unidade da Minerva Foods, em Barretos (SP), será testada para Covid-19 a partir de amanhã, pelo período de uma semana (até dia 1º de outubro), voltando automaticamente à normalidade. Trata-se de “retenção” e não suspensão.
Nos últimos meses, a China mudou o protocolo de testagem de embalagens, gerando filas no serviço alfandegário. Fontes ouvidas por DBO disseram que esse tipo de quadro tende a ser cada vez mais comum, enquanto a pandemia representar risco ou possibilidade de risco sanitário. E não apenas cargas provenientes do Brasil. O protocolo do país asiático serve para todo tipo de importações e clientes. Procurada, a Minerva Foods disse que não fará pronunciamento sobre a retenção.
Em junho, o porta voz do Ministério do Comércio do país asiático, Gao Feng, havia informado que os testes de produtos cárneos iriam se intensificar e que o governo trabalharia para melhorar a comunicação junto aos mercados importadores. A China tem comprado grandes volumes de carne suína dos Estados Unidos e do Brasil, e também carne bovina. Mas não são somente elas. Em julho, a China autorizou mais 3 empresas brasileiras para exportar pescados, totalizando 110 unidades, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária. Na semana passada uma empresa de Itarema (CE), teve seus produtos retidos. Em agosto, um lote de frangos da unidade da Aurora, em Xaxim (SC) também foi retido para testagem. E deu negativo.
A Minerva Foods é a maior exportadora de carne bovina da América do Sul. No ano passado, o faturamento da companhia foi de R$ 18,2 bilhões, incremento de 5,6%. As exportações responderam por cerca de 70% dessa receita. Neste ano, porcentual igual (70%) da carne bovina que está entrando no país asiático saem de Brasil, Argentina e Uruguai. China e Hong Kong – que compra basicamente para os chineses –, há cinco anos respondiam por 20,4% da carne exportada pelo Brasil. Atualmente, respondem por 63%. No ano passado, esses dois mercados compraram do Brasil US$ 3,4 bilhões em carne bovina e parte desse mercado está nas mãos da Minerva Foods.