Clima complica plantio de milho nos EUA

País registra o período de 12 meses mais chuvoso da série histórica no início da safra 2019/20

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Milhões de hectares que seriam dedicados ao milho devem deixar de ser cultivados nesta primavera nos Estados Unidos, uma vez que o clima úmido persistente coloca os agricultores diante de uma escolha difícil: se arriscar ou não em uma tentativa de cultivar o cereal.

+Atraso no plantio dos EUA pode dar suporte a preço do milho no Brasil


Chuvas fortes e constantes nos últimos dois meses deixaram os campos saturados durante o período de plantio de milho – normalmente, a maior cultura dos EUA em termos de área plantada. Produtores em Estados que foram afetados pelas chuvas agora devem decidir se vão migrar para culturas menos rentáveis, acionar o seguro para os campos não semeados e possivelmente ganhar menos dinheiro ou se arriscar no plantio de milho, que pode não ter tempo suficiente para uma maturação completa.

O clima extremo impõe mais um desafio aos agricultores, fornecedores de sementes e produtos químicos e fabricantes de tratores. As disputas comerciais com os principais importadores de alimentos dos EUA, como México e China, reduziram os preços dos grãos, pressionando ainda mais a renda dos agricultores, após vários anos de colheitas abundantes.

Todas as manhãs da última semana de maio, Scott VanderWal subiu em sua caminhonete Dodge vermelha para verificar se seus campos haviam secado o suficiente para o plantio. Dos 526 hectares de sua fazenda familiar perto de Volga, Dakota do Sul, apenas 243 foram semeados. Ele disse que planeja acionar, nesta semana, o seguro para seus campos de milho restantes. “Estamos sem tempo”, afirmou VanderWal.

O mais chuvoso período de 12 meses já registrado nos EUA continentais significa que produtores de milho tinham semeado apenas 67% da área total prevista até a última segunda-feira (3), muito abaixo da média dos últimos cinco anos para esta época do ano, de 96%, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Enquanto alguns produtores apostam em um plantio tardio que pode render apenas uma fração de uma safra típica, muitos vão recorrer ao seguro agrícola, que é pago quando agricultores não conseguem plantar dentro de um prazo preestabelecido.

Os produtores também estão pressionando o USDA a cumprir a promessa de outro pacote de ajuda para perdas resultantes de disputas comerciais e possíveis recursos para danos causados por desastres. No ano passado, o governo Trump direcionou US$ 12 bilhões para o setor agrícola dos EUA, para ajudar agricultores que foram prejudicados por tarifas retaliatórias impostas por países como China e México sobre grãos, carnes e produtos lácteos dos EUA.

Os agricultores podem buscar neste ano uma cobertura de seguro para uma área entre 2 milhões e 6 milhões de hectares que seria semeada com milho, de acordo com analistas do mercado de grãos, provavelmente ultrapassando o recorde de 1,46 milhão de hectares de safra 2013. A Federação Agrícola Americana estima que cada 4,05 milhões de hectares não plantados representariam 50,8 milhões de toneladas de milho a menos nos EUA.

O tempo também está se esgotando para solicitar o seguro. Agricultores no noroeste do cinturão do milho tinham até 25 de maio para apresentar essas solicitações, enquanto o prazo para o Estado de Iowa, o maior produtor de milho, terminou em 31 de maio. Em Illinois, Indiana, Ohio e Michigan, o prazo terminaram nesta quarta-feira.

Doug Dozier, da seguradora agrícola Country Financial, estimou que, nesta primavera, o número de solicitações movimentadas por seu escritório está, pelo menos, o dobro do nível normal. Essa cobertura de seguro geralmente não corresponde aos ganhos que um agricultor atingiria com um cultivo médio. Por um acre que renderia cerca de US$ 800 em cultivo de milho neste ano, uma apólice típica de seguro agrícola pagaria aproximadamente US$ 368, de acordo com estimativas da Universidade de Illinois. Para agricultores como Mark Tuttle, que produz milho e soja no norte de Illinois, essa cobertura se tornou a única opção.

Tuttle disse que o solo está úmido demais para semear seus 404,7 hectares de terras agrícolas, exceto por alguns hectares de trigo de inverno. “Não há nada aqui, e tenho muitos vizinhos que não plantaram nada”, disse ele. Plantar quando o solo está muito úmido ou saturado pode sufocar as sementes que precisam de oxigênio para germinar. O solo úmido também pode apodrecer as culturas emergentes e formar uma crosta muito dura para os brotos penetrarem.

Mesmo que os agricultores tenham um plantio tardio, o milho pode não ter amadurecido completamente no momento das primeiras geadas do outono, produzindo rendimentos 20% ou mais abaixo da média, segundo economistas agrícolas.

O secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, disse nesta semana que o USDA está avaliando se um pacote de ajuda de US$ 16 bilhões para agricultores que enfrentam preços mais baixos por causa das tarifas poderia ser usado também para ajudar os produtores afetados pelo clima.

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