Com nova direção, Usinas Itamarati passa a se chamar Uisa e planeja transformação em biorrefinaria

Mudança de nome marca o início de um novo ciclo para a companhia

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A partir de hoje, a Usinas Itamarati, fundada em 1980 como uma das maiores produtoras de etanol e açúcar do mundo, passa a se chamar Uisa. A mudança de nome marca o início de um novo ciclo para a companhia. Recentemente, a Uisa passou a ser controlada por investidores financeiros liderados pelo fundo de private equity CVCIB e agora está preparada para se transformar em uma biorrefinaria com foco na produção de energias limpas, alimentos e insumos à base de cana-de-açúcar e milho.

“Estamos deixando de ser uma usina com uma única matéria-prima e dois produtos. Entramos numa fase de diversificação e de crescimento sustentável”, diz José Arimatéa Calsaverini, presidente da Uisa. “A Usinas Itamarati nasceu como um projeto pioneiro no Centro-Oeste brasileiro, numa época em que ninguém imaginava, além de seu idealizador, Olacyr de Moraes, que fosse viável. Agora, queremos colocar a empresa no século 21.”


Localizada em Nova Olímpia, a cerca de 200 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso, a Uisa é dona de uma área de 84 400 hectares, dos quais 32 100 hectares estão atualmente ocupados com plantações de cana. Em seus limites, há 84 quilômetros de estradas asfaltadas. Graças a um sistema de fertirrigação abrangente, aliado a um novo modelo de planejamento e gestão agrícola – que envolve manejo varietal, mapeamento de áreas de produção, técnicas avançadas de nutrição vegetal e adoção da matriz 3D de administração do canavial — a produtividade da Uisa supera 90 toneladas de cana por hectare contra uma média de 78 toneladas por hectare das usinas da região Centro-Sul.

Na safra 2018/2019, a Uisa produziu 284 000 metros cúbicos de etanol e 155 000 toneladas de açúcar cristal. Nesta safra, a empresa deve moer cerca de 5,1 milhões de toneladas de cana. Com as marcas Itamarati e Guanabara, a Uisa é líder no mercado de açúcar cristal na região Norte do país.
A produção de etanol de milho – uma matéria-prima abundante do Centro-Oeste – deve ser iniciada em meados de 2021 e demandará um investimento de cerca de 190 milhões de reais. Num processo simultâneo, a Uisa passará também a fabricar o DDG (grãos secos por destilação, na sigla em inglês), um concentrado proteico que substitui os farelos de soja e de milho na alimentação de animais. A oferta de DDG compõe um dos novos negócios da Uisa: a nutrição animal. Outro produto a ser fabricado é a levedura seca, que também começará a ser produzido em meados de 2021. Os produtores de suínos, aves e pecuaristas do Mato Grosso, onde está localizado o maior rebanho bovino do Brasil, serão os maiores clientes dessa nova linha de produtos.

Nas etapas seguintes do plano de negócios, a Uisa ampliará a capacidade de sua termelétrica à base de bagaço de cana dos atuais 60 000 MWh para 300 000 MWh e passará a explorar biogás a partir de resíduos agroindustriais, com potencial de substituir 100% do diesel consumido em sua operação e comercializar o excedente. A produção de óleo de milho, a captura de CO2 para fornecimento às indústrias (fabricantes de bebidas e especialidades químicas) e o fornecimento de dextrose e sacarose também fazem parte do novo plano de negócios. “A implantação desses projetos nos qualificará como a maior biorrefinaria do Brasil”, diz Calsaverini.

Reestruturação e Crescimento

Nos últimos três anos, a Uisa passou por um profundo processo de reestruturação operacional e financeira. Em 2016, Calsaverini foi contratado para equacionar as dívidas da usina. Na época, a Uisa devia 3,2 bilhões de reais, entre débitos fiscais, com fornecedores e com instituições financeiras. De lá para cá, 100% do seu passivo foram reperfilados — todas as dívidas foram renegociadas com os credores e a empresa aderiu ao Programa Especial de Regularização Tributária (PERT). Na safra 2018/19, a Uisa faturou 734 milhões, registrou um Ebitda de 254 milhões e recolheu 165 milhões de reais em impostos e contribuições.

Durante o processo de reestruturação, a empresa também investiu em eficiência operacional e no aumento da produtividade. A moagem de cana saltou de 4,5 milhões de toneladas na safra 2016/2017 para 5,1 milhões de toneladas na safra atual. “Ficou claro que a Uisa era uma joia escondida por seus problemas financeiros”, afirma Calsaverini. “Assim que esses problemas foram equacionados, a empresa passou a mostrar toda a sua excelência operacional.”

A última etapa da reestruturação foi a venda de 100% das ações pela ex-acionista Ana Claudia de Moraes e a finalização do reperfilamento de todo passivo da companhia. Calsaverini foi convidado a permanecer como presidente e liderar a companhia em seu novo ciclo de crescimento. “O processo de reestruturação chegou ao fim. Começamos agora o projeto de transformação da Uisa na maior e mais integrada biorrefinaria do Brasil, convertendo matérias primas vegetais em energia limpa, biocombustíveis, alimentos e insumos, tudo de forma sustentável”, diz.
Atualmente, a Uisa emprega cerca de 2 200 funcionários, gera aproximadamente 5 000 empregos indiretos e é a mantenedora do Instituto Florescer, que atende mais de 900 crianças na região em que atua.

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