A comercialização da safra de café do Brasil 2018/19 chegou a 86% até o dia 13 de maio, informou o levantamento da Safras & Mercado nesta quinta-feira, 16 de maio. O número representa um avanço de quatro pontos percentuais no último mês. Com isso, as vendas apresentam atraso em relação ao mesmo período do ano passado, quando 90% da safra 2017/18 estava comercializada.
O levantamento também constatou que a comercialização está abaixo da média dos últimos 5 anos, que é de 91% para esta época. A Safras & Mercado informa que já foram comercializadas 55,05 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa da consultoria de uma safra de 64,1 milhões de sacas de café em 2018/19.
“Os preços fracos e a demanda mais curta continuam impactando o andamento da comercialização no disponível. A produção recorde colhida no ano passado também dificulta o avanço percentual das vendas”, avalia Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado, por meio de nota.
Para Barabach, “o interessante é que esse volume recorde explica tanto a performance na exportação como os armazéns cheios para o período do ano” e gera uma situação peculiar: demanda externa bem atendida por grãos brasileiros com sobra de café nos armazéns nacionais. “Sem falar na safra brasileira de 2019, que já é uma realidade”, comenta. Segundo a consultoria, 10% da safra 2019/20 de café havia sido colhida até o dia 14 de maio.
A consultoria informou ainda que as vendas do café arábica alcançam 84% da safra. De acordo com o levantamento, o percentual comercializado continua bem abaixo ao observado em igual época do ano passado (90%) e também aquém da média para o período (91%).
“O preço das bebidas melhores avança abaixo da referência vendedora de R$ 400,00 a saca, reforçando o cenário baixista, que se agrava com a chegada de café da safra nova ao mercado”, diz Barabach.
Em relação às vendas do café conilon, estas alcançam 91% da safra, abaixo de igual época do ano passado (92%) e também da média de 5 anos (93%). “A colheita de conilon da safra 2019/20 ganha força e o interesse comercial se volta para o café novo, o que prejudica os negócios no disponível”, afirma o consultor no comunicado.