Compra de algodão dos Estados Unidos pelo Brasil foi um caso pontual, afirma Abit

Associação que representa o setor afirma que não está nos planos pedir uma redução de tarifa para compra de fora do Mercosul

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Fardos de algodão no campo após colheita. Foto: Embrapa

A importação de algodão norte-americano pelo Brasil foi um caso pontual e, por enquanto, não está nos planos da indústria têxtil pedir redução de tarifa para importação de fora do Mercosul, a exemplo do que aconteceu com soja, milho e arroz, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou nesta quinta-feira, 29, em seu relatório semanal de exportação, que os EUA venderam 400 fardos de algodão para o Brasil com entrega prevista no ano comercial 2021/22, que vai de agosto de 2021 a julho de 2022.

“Essa importação de algodão é pontual. Algodões importados muitas vezes são de um tipo mais fino, uma fibra mais longa, para atender a necessidades específicas”, disse Pimentel. Segundo ele, o histórico do Brasil nunca foi de importar grandes volumes da fibra. “Essa importação de 400 fardos não indica, pelo menos neste momento, uma tendência, está dentro da normalidade da nossa relação com o mundo.”


Por enquanto, a Abit não vê necessidade de pedir ao governo para zerar temporariamente tarifas de importação de países de fora do Mercosul, a exemplo do que ocorreu nas cadeias de soja, milho e arroz, porque considera que há oferta suficiente de algodão para atender ao consumo interno e ao mercado externo, apesar das recentes altas de preços da fibra. “Não é o que a entidade entende neste momento como caminho, porque tem algodão. Preço é preço, é Nova York (futuros cotados na Bolsa de Nova York) vezes o câmbio, o que não pode é faltar algodão no Brasil com uma safra recorde. E acredito que não vai haver”, disse Pimentel.

Caso haja um quadro de escassez, entretanto, um pedido do tipo não está descartado. “Se começar a embarcar tudo para fora e faltar algodão no mercado local, vamos ter que pedir algum tipo de redução, analisar o quadro. O maior comprador de algodão do Brasil não pode ficar sem algodão”, afirmou.

O presidente da Abit destacou que o Brasil colheu uma safra de quase 3 milhões de toneladas, mas se transformou no segundo maior exportador do mundo, tendo enviado para o exterior 2 milhões de toneladas nos últimos 12 meses. “Assumindo que vai exportar outros 2 milhões de toneladas no ano-safra (que no País vai de julho a junho), significa que haveria algodão para atender ao mercado interno.”

Conforme Pimentel, historicamente a indústria brasileira consome 720 mil toneladas por ano, mas o uso caiu neste ano por causa da pandemia do novo coronavírus, que levou à paralisação de fábricas. “Para os próximos 12 meses, nós imaginamos um consumo na faixa de 600 mil a 650 mil toneladas – em tese, tem esse (volume de) algodão. Mas existem fluxos, às vezes sai mais algodão para fora, escasseia aqui dentro, isso nos preocupa.”

O aumento do preço interno da pluma também preocupa o setor têxtil. Nesta semana, o indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, bateu recorde nominal, superando R$ 4/lb. “Em abril, maio, o algodão estava custando cerca de R$ 2,80 por libra-peso, e agora está na faixa de R$ 4,05/lb. Isso significa um impacto muito forte nos custos da indústria brasileira”, disse Pimentel. O representante estimou que o algodão represente cerca de 60% dos custos das fiações. “Isso impacta toda a cadeia produtiva.”

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