A garantia de fornecimento de fertilizantes para o Brasil pela Rússia, assegurada por indústrias e governo russos, traz segurança para as próximas safras agrícolas brasileiras e para a manutenção da produtividade das lavouras, avalia o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sergio De Zen.
“O Brasil depende de insumos importados para manter a produtividade. Então, o principal objetivo foi o pacto dos fornecedores de que eles irão cumprir os contratos, e a garantia de que farão novos acordos assegurando o fornecimento nas próximas safras”, disse De Zen, em nota.
A garantia russa de fornecimento ao Brasil foi anunciada na última quarta-feira (17) pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em visita àquele país.
As incertezas das indústrias e de produtores brasileiros com o cumprimento dos contratos pelos fornecedores russos veio após o país limitar a exportação de adubos nitrogenados e formulações complexas com nitrogênio por cotas máximas durante seis meses.
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De acordo com a Conab, a Rússia representa cerca de 20% do total de fertilizantes importados pelo Brasil.
Na avaliação de De Zen, o impacto das restrições russas nas próximas safras pode ser mitigado, mesmo que haja atraso nas entregas dos insumos.
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“Desde que seja planejado isso não deve influenciar na produção. Esse impacto poderia acontecer não na 2ª safra de milho 2021/22, e sim na safra 2022/23, pois o grão, embora seja plantando com fertilizantes, aproveita muito o resíduo da soja. Então, a quantidade de fertilizantes que se utiliza na 2ª safra é menor do que no cultivo da oleaginosa ou do milho 1ª safra”, analisou o diretor da Conab.