De integrantes de um grupo de WhatsApp, pecuaristas, técnicos, professores universitários e especialistas na produção de carne bovina anunciaram na sexta-feira (6/8) a criação de uma nova entidade: a Associação da Confraria da Carcaça Nelore (ACCN).
A divulgação foi durante uma transmissão on-line e ao vivo feita no restaurante Confraria da Carne, em Botucatu (SP), de propriedade do engenheiro agrônomo Roberto Barcellos, especialista em carne de qualidade e nichos de mercado.
“Até então a Confraria era um grupo de WhatsApp. Um grupo de pessoas do bem querendo a fazer a melhoria da carcaça. A partir desse ano, a partir do sucesso que foi a nossa participação na ExpoGenética decidimos que era necessário dar novos passos. Estamos divulgando a nossa profissionalização com a criação de uma personalidade jurídica”, diz o criador Humberto Tavares, da Fazenda Sucuri no município de Itapirapã (GO) e presidente da ACCN.
A entidade nasce com 64 integrantes, espalhados em nove Estados do País, e com associados em mais dois países: Paraguai e Equador.
Para Tavares, o norte da entidade é justamente num trabalho de genética nelore focado para poder incrementar e acelerar mais a qualidade de carne.
Entre as metas do grupo, promover o aumento do marmoreio do rebanho nelore, a gordura entremeada na carne e uma das responsáveis por dar mais maciez aos cortes.
“Queremos trazer a média de marmoreio de 1,5% para 3,5% ou até talvez 4,5%. Para transformar a questão do marmoreio no aspecto visual porque isso atualmente é um grande diferencial de tomada de decisão do consumidor na hora de comprar carne”, diz Barcellos.
Além de Tavares e Barcellos, participaram do evento outros integrantes da ACCN: o zootecnista Pedro Araújo, gerente comercial da Central Bela Vista, o médico veterinário Josineudson Augusto II, professor da Unesp Botucatu, o pecuarista Shiro Nishimura, diretor e vice-presidente da Associação Confraria da Carcaça Nelore, o pecuarista João Paulo Teles, diretor de marketing da ACCN e a zootecnista Liliane Suguisawa, doutora em Produção Animal e diretora da DGT Brasil, uma subsidiária da americana Designer Genes Technologies (DGT).
Ultrassonografia
Uma das ferramentas tecnológicas que pode acelerar todo esse trabalho é a ultrassonografia de carcaça, que servirá como ponto de partida para medir dados como área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea e o marmoreio.
Com a identificação dos reprodutores que mais possuem essas características, mais fácil se tornará o caminho para a seleção de bovinos que vão começar a promover as mudanças na qualidade da carne.
“A metodologia foi muito aplicada nos Estados Unidos e fez toda grande modificação do rebanho norte-americano, garantindo ao país um enorme salto na eficiência de produção de carne”, explica Liliane Suguisawa.
Segundo ela, a técnica se faz muito necessário, pois apenas 10% do rebanho de nelore possuem as características genéticas para o marmoreio.
Os novos passos da associação
Como entidade, a ACCN passa a promover provas para recomendação de touros para coleta de sêmen, incluindo o próprio registro de animais puros com certificação positiva de que é um reprodutor que transfere qualidade de carcaça aos seus descendentes. A entidade e seus associados também passam a promover leilões desses touros.
“Estamos falando aqui de um grupo de pessoas, criadores de nelore que têm o animal registrado, que fazem parte de programas de melhoramento genético, que respeita um grupo de contemporâneos, que passam ultrassom na desmama, passam ultrassom no sobreano e, agora, é ainda mais profissional com CNPJ”, diz o zootecnista Pedro Araújo, gerente comercial da Central Bela Vista e um dos sócios fundadores da ACCN.
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