O consumo argentino de carne bovina atingiu o seu pior resultado em oito anos, segundo dados divulgados pela Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (Ciccra) no último dia 6 de junho. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o consumo interno aparente do país atingiu 50,5 quilos por habitante, queda de 12,1% ante igual período do ano passado.
Se considerado apenas o mês de maio, o consumo per capta de carne bovina da Argentina foi de 53,7 quilos por habitante, queda de 7,9% ante maio de 2018. Com isso, a participação do consumo interno sobre a produção total do país nos últimos cinco meses atingiu 78,5%, o menor patamar desde 2005 mesmo após uma queda de 11,2% na oferta do mercado interno, avaliada em 946,3 mil toneladas.
O relatório da Ciccra ressalta ainda a perda do poder de compra da população argentina. Embora em maio o preço médio dos principais cortes bovinos na grande Buenos Aires tenha registrado sua primeira queda mensal em 21 meses, de 0,6%, no acumulado dos últimos 13 meses os cortes bovinos acumulam alta relativa de 21,2%, se considerado o salário médio argentino.
“Durante a gestão Macri, o nível geral dos preços ao consumidor triplicou (aumento de 206,4% entre dezembro de 2015 e maio de 2019) e os salários do setor privado formal se multiplicaram por 1,56, o que implica que o poder de compra dos salários dos empregados formais diminuiu 16,9% em relação ao nível geral dos preços”, lembra a instituição.
Ainda de acordo com a Ciccra, de dezembro de 2015 a maio de 2019, o preço da carne bovina na Argentina aumentou 134,4%. No caso da carne de frango, essa valorização foi de 144,1%, enquanto o valor dos cortes suínos avançara, 156,5%.
