Em artigo publicado na Revista DBO, o zootecnista Adilson Aguiar fala dos principais inimigos das pastagens e o tamanho dos danos que podem causar
Por Adilson de Paula Almeida Aguiar – Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação do Rehagro e das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu); consultor associado da Consupec (Consultoria e Planejamento Pecuário), de MG, e investidor nas atividades de pecuária de corte e leite.
Desde a edição de junho de 2019, eu venho escrevendo com ênfase na necessidade de os pecuaristas brasileiros “fazerem o básico bem-feito” para alcançar seus objetivos e tornar sua atividade mais competitiva, do ponto de vista técnico e econômico. Infelizmente, a maioria não faz esse básico bem-feito e uma das consequências é ter pastagens atacadas por pragas.
Desde o início da revolução agrícola, 10.000 a 12.000 anos atrás, tem-se indícios e (após o surgimento da escrita, registros) de problemas causados por pragas em plantações. Existem inúmeros relatos desse tipo nas civilizações antigas, sendo o mais clássico o das pragas do Egito, descrito no livro Gênesis, da Bíblia.
As pastagens, como qualquer outra cultura cultivada pelo ser humano, também têm seus “inimigos”, que podem ser classificados como ocasionais, gerais e específicos. Os ocasionais são a cochonilha-da-pastagem, a lagarta-dos-capinzais e o percevejo-das-gramíneas; as gerais são os cupins, as formigas, os gafanhotos, o percevejo-castanho-das-raízes e a larva de besouro escarabeídeo ou larva coró; as específicas são as cigarrinhas.
As pragas ocasionais são típicas da cultura em questão; neste caso, das pastagens, mas atacam ocasionalmente, localmente, uma espécie forrageira específica. Já as pragas gerais atacam uma quantidade muito grande de gêneros, espécies e variedades de vegetais. São polífagas, ou seja, se alimentam de vários tipos de plantas. Por fim, uma praga específica é aquela que tem um histórico de coevolução com determinada espécie vegetal, ou seja, elas evoluíram juntas ao longo do tempo.