Na série sobre controle de plantas infestantes, publicada na edição de maio da Revista DBO, o zootecnista e consultor Adilson Aguiar trata dos métodos mais eficazes de aplicação dos herbicidas para cada situação
Por Adilson de Paula Almeida Aguiar – Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação da Rehagro e das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu); consultor associado da Consupec (Consultoria e Planejamento Pecuário), de MG, e investidor nas atividades de pecuária de corte e leite.
Na edição de abril de 2021, listei os métodos disponíveis de controle de invasoras em pastagens, destacando que o controle químico é a alternativa mais eficaz e de melhor relação beneficio:custo para o produtor (R$ 1,1 a R$ 4,6 para cada R$ 1 despendido), embora nem sempre seja bem adotada. A agricultura conta com herbicidas específicos para pré-plantio (podem impedir a germinação de mais de 85% do banco de sementes das invasoras), além de pré e pós-emergência. Já as pastagens não dispõem das duas primeiras linhas de produtos, tendo de se valer apenas de herbicidas para uso em pós-emergência, que devem controlar as espécies infestantes e ser seletivos para as gramíneas forrageiras.
A seletividade depende de aspectos morfológicos das plantas e da habilidade da gramínea forrageira em degradar metabolicamente parte do herbicida que é absorvido (seletividade bioquímica). Aqui está mais um desafio para o consórcio de gramíneas/leguminosas, pois estas últimas são sensíveis aos ingredientes ativos dos herbicidas desenvolvidos para pastagens.
Algumas cultivares de capim-elefante e das gramas Cynodon sp (por exemplo, tifton) toleram ingredientes ativos de herbicidas graminicidas que podem ser aplicados em pré-plantio, em pré-emergência e em pós-emergência.Além de seletivos, os herbicidas para pastagens são sistêmicos, ou seja, após a absorção, precisam ser translocados até o local de ação na planta infestante, por exemplo, até a raiz. Atuam nos meristemas, causando divisão celular e crescimento irregulares, além de desbalanceamento hormonal. A aplicação pode ser foliar, localizada e dirigida no caule, no toco ou na gema.