A paralisação das atividades comerciais e de serviços não essenciais à população, a fim de conter a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, atinge diversas regiões produtoras de frutas e hortaliças. Devido às recomendações de isolamento social e quarentena, os produtores de hortifrútis têm enfrentado demanda bastante reduzida nesta semana, tanto no varejo quanto nas roças.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), sem grande giro de vendas no comércio, compradores estão receosos em manter os pedidos no campo, já que a sobra de mercadorias pode causar perdas e prejuízos. No caso da cebola, por exemplo, alguns atacadistas realizam entregas, o que acaba mantendo a liquidez.
Outro problema relatado pelos agentes é o frete. Além da redução nos pedidos, alguns produtores que ainda precisam atender clientes estão com dificuldades em escoar sua produção aos centros consumidores por falta de transporte, como em Caçador (SC) e Venda Nova do Imigrante (ES), áreas tradicionalmente produtoras de tomate.
Exportações
Por ora, as vendas de frutas e hortaliças ao mercado internacional são consideradas positivas por agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, fundamentados na associação dos HF’s ao benefícios à saúde.
Notícia divulgada pela Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados) informa que as exportações de frutas do Vale do São Francisco aos Estados Unidos e Europa continuam ocorrendo com certa normalidade.
A preocupação, contudo, se volta ao fluxo logístico, tendo em vista que muitos países estão em quarentena e a entrada de mercadoria poderia ser comprometida pelo fechamento de fronteiras.