Depois de uma semana bastante agitada, boi gordo resiste pressão de baixa e fecha a R$ 310/@ em SP

Diferentemente do comportamento da arroba no mercado físico, os contratos futuros do boi gordo registraram fortes oscilações durante a semana, tanto para baixo quanto para cima

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Depois de uma semana cheia de fatores novos – suspensão dos embarques de carne bovina à China (a partir do dia 4/9); ameaça de greve por parte dos fiscais agropecuários; paralisação dos caminhoneiros; e sobe-e-desce dos contratos futuros –, o mercado brasileiro do boi gordo fechou a semana em ritmo bastante lento, registrando poucos negócios no decorrer desta sexta-feira (10/9), informam as consultorias do setor pecuário.

“Aparentemente, a paralisação dos caminhoneiros começou a perder força em algumas regiões”, relata Hyberville Neto, da Scot Consultoria, acrescentando que grande parte das indústrias frigoríficas continuou fora das compras de boiadas. “Há frigoríficos que abriram as compras ofertando menos pela arroba paulista, mas sem negócios concretizados”, ressalta Neto.


De fato, as indústrias brasileiras aproveitaram as turbulências no mercado para reativar a pressão de baixa da arroba, mas tal ação não resultou em queda forte nos preços dos animais terminados.

Nas praças de São Paulo, desde o início desta semana, as cotações do boi gordo seguem valendo R$ 310/@ (preços brutos e a prazo), segundo dados da Scot Consultoria.

Os valores da vaca e novilha prontas para abater também continuam firmes – são negociadas em São Paulo a R$ 292/@ e R$ 307/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).

Segundo a IHS Markit, a maior parte das indústrias frigoríficas que atendem ao mercado externo permanecem fora das compras de gado, apesar de apresentarem otimismo em relação a resolução da suspensão de exportações ao mercado da China (entre outros clientes internacionais).

“Os frigoríficos aproveitam as escalas de abate acumuladas ao longo das últimas semanas para permanecer quase completamente fora das compras de boiadas em diversas regiões do País”, informa a IHS.

De acordo com a consultoria, há relatos de frigoríficos situados na região Norte que anteciparam o período de férias coletivas, “em função de questões sazonais de redução das vendas de carne bovina ao Oriente Médio, relacionados ao calendário judaico em Israel”.

No lado de dentro das porteiras, os pecuaristas seguem à deriva no mercado.

“As margens dos produtores foram prejudicadas pelos elevados custos com nutrição, enquanto a demanda pelos seus animais é praticamente inexistente”, relata a IHS.

Essa baixa procura por parte das indústrias, continua a consultoria, força o pecuarista a manter a boiada já gorda nas fazendas. No entanto, diz a IHS, a manutenção de peso dos animais por meio de dieta em confinamento não pode ser realizada sem afetar a lucratividade dos pecuaristas.

“As condições adversas de pastagens forçam a busca por outros meios de nutrição, que ainda apresentam custos elevados, apesar do avanço da colheita de cereais de inverno em território nacional”, ressalta a IHS.

Fortes oscilações no mercado futuro – Diferentemente do comportamento da arroba no mercado físico, os contratos futuros do boi gordo registraram fortes oscilações durante a semana, tanto para baixo quanto para cima.

“O mercado futuro de boi gordo vem enfrentando momentos de muita turbulência nas últimas semanas, devido a fatores como os casos atípicos de vaca louca, greve branca dos fiscais agropecuários e ameaça de greve dos caminhoneiros”, relata o médico veterinário Leandro Bovo, sócio e diretor da Radar Investimentos.

Na última quinta-feira (9/9), todos os contratos com vencimento em 2021 registraram significativas quedas, refletindo sobretudo a preocupação em relação à suspensão das exportações à China, informa a IHS Markit.

Os papeis para outubro/21 e novembro/21 recuaram, respectivamente, R$ 6,40 e R$ 7,20, para R$ 298,65/@ e R$ 306,25/@, respectivamente.

O contrato com vencimento mais curto (setembro) apresentou baixa expressiva de R$ 6,30, atingindo R$ 294,95/@.

“A violência do movimento (no mercado futuro) foi tão grande que, se pegarmos a máxima e a mínima do pregão de 6 de setembro (última segunda-feira), tivemos uma diferença de R$18,50/@ em um mesmo dia”, destaca Bovo, acrescentando que, nesse dia, o volume de negócios ficou “muito acima da média histórica para o contrato do boi gordo”.

Na avaliação do diretor da Radar Investimento, não é comum esse tipo de variação durar por muito tempo.

“Quando as indústrias voltarem a ‘dar preço’ no mercado físico, a tendência é que essa nova referência volte a balizar as cotações do mercado futuro”, acredita Bovo, acrescentando: “Enquanto essa referência não vem, apertem os cintos pois o piloto sumiu!”.

Em relação ao mercado externo, as exportações brasileiras de carne bovina in natura registraram bom desempenho na primeira semana de setembro (que abrange o período anterior à suspensão dos embarques à China).

Segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume embarcado alcançou 31,5 mil toneladas, com uma média diária de 10,5 mil toneladas/dia, avanço de 55% em relação à média de setembro/20 e 27% superior à média de agosto/21.

No mercado atacadista, os preços dos principais cortes bovinos, assim como do couro e sebo industrial, permaneceram estáveis nesta sexta-feira.

O setor concentra as suas expectativas na terceira semana de setembro, esperando reação do consumo no varejo e retomada gradual das exportações de carne bovina.

“Até o momento, a dinâmica de vendas de carne bovina no varejo permanece abaixo da regularidade para o período, gerando sobres de estoques”, informa a IHS.

Nesta situação, a procura por reposição é inexistente, acrescenta.

Cotações máximas desta sexta-feira, 10 de setembro, segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:
boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 308/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca a R$ 302/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 310/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 292/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 302/@ (prazo)
vaca a R$ 293/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 289/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 299/@ (à vista)
vaca a R$ 286/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 298/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca R$ 290/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 292/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 290/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 306/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 304/@ (prazo)
vaca a R$ 298/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 286/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 305/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 305/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 286/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 294/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 287/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 295/@ (à vista)
vaca a R$ 287/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 292/@ (à vista)
vaca a R$ 284/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 299/@ (prazo)
vaca a R$ 283/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 288/@ (à vista)
vaca a R$ 284/@ (à vista)
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